RN ESTÁ LONGE DA IMUNIZAÇÃO COLETIVA CONTRA A COVID-19
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN) avaliou que a situação é de estabilidade e que a “imunidade de rebanho", quando a maior parte da população estará imunizada criando uma barreira contra a circulação do vírus, ainda deverá demorar para acontecer devido as peculiaridades do novo coronavírus.
A infectologista Marise Reis de Freitas, pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e integrante do Comitê Científico da Sesap, explicou que, em tese, será preciso vacinar 70% da população. Considerando que o Estado possui 3.534.165 habitantes, seria necessário imunizar 2.473.915 pessoas para chegar a tal índice e bloquear a cadeia de transmissão do vírus no Rio Grande do Norte. “O contingente de pessoas vacinadas ainda é muito baixo. Precisamos vacinar a população e chegar a pelo menos 50% e isso ainda vai demorar um tempo.
Em tese, será necessário 70% para conseguir a imunidade de rebanho. A situação atual é de alerta", declarou a infectologista.
Ela ressaltou que, mesmo vacinadas, as pessoas precisarão manter os cuidados e a prevenção porque levará, pelo menos, 50 dias para as duas doses da vacina proporcionarem o efeito esperado. Além disso, será preciso observar se os vacinados ainda transmitirão o vírus.
De acordo com a Sesap, somente na primeira etapa, o Estado tem 239.636 pessoas nos grupos prioritários para vacinar. São 79.638 profissionais de saúde, 2.000 idosos institucionalizados, 133.621 idosos a partir do 75 anos, 2.447 indígenas e 18.310 quilombolas. Contudo, apenas os dois primeiros grupos estão recebendo o imunizante. “O Governo do Estado deu início ao seu plano de vacinação dentro do estoque que foi recebido, pois depende da chegada de vacinas encaminhadas pelo Ministério da Saúde.
Sabe-se que o início está em ritmo lento, mas com a chegada do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) aos laboratórios nacionais, a produção vai aumentar e devemos ter um recebimento maior de vacinas em breve", declarou a subsecretária de Planejamento e Gestão da Sesap, Lyane Ramalho. Assim como a infectologista Marise Reis, ela ressaltou que, para o retorno à vida normal, ainda é necessário observar, através de estudos científicos, a imunogenicidade das vacinas, ou seja, o nível de imunidade que elas darão à população. “A vacinação é central no combate à covid-19, mas as medidas sanitárias não podem ser abandonadas, pelo menos até que esses dados sejam observados", frisou. Estabilidade Até esta terça-feira (26) o Rio Grande do Norte contabilizou 136.741 casos confirmados do novo coronavírus e outros 76.535 suspeitos.
O número de óbitos subiu para 3.256, com 5 óbitos confirmados nas 24h anteriores. As vítimas eram residentes em Caicó (2), Natal, Jardim do Seridó e Santana do Matos e ainda havia 564 mortes suspeitas sob investigação. Mais da metade das últimas mortes ocorreram na região do Seridó, que tem preocupado a Sesap. “Vivemos um momento de estabilidade em relação às taxas de ocupação de leitos no Rio Grande do Norte, em especial na Região Metropolitana de Natal.
Porém, a área que ainda causa mais preocupação é o Seridó, que mantém uma taxa de ocupação de leitos um pouco mais alta", comentou Lyane Ramalho, ressaltando que a Secretaria conta com a perspectiva de abertura de mais leitos para o tratamento da covid-19 nessa região. A regional de saúde de Caicó recebeu 1.057 doses da vacina CoronaVac e 1.220 doses da vacina da Oxford.