CHARLIE WATTS, BATERISTA DOS ROLLING STONES, MORRE AOS 80 ANOS
Diferentemente de muitos ídolos do rock’n’roll, aí incluídos seus colegas de banda Keith Richards e Mick Jagger, Charlie Watts era o oposto do estereótipo do rockstar. Casado desde 1964 com Shirley Shepherd, ele sempre se manteve longe das festas e baladas que os amigos de banda frequentavam. Sua forma de tocar misturava a força do rock com a leveza e o improviso do jazz, ritmo que ele amava. Elegante, reservado, metódico e impassível, Watts era o porto seguro dos Rolling Stones. Em sua autobiografia, Keith Richards já o havia descrito como “a cama em que eu me deito musicalmente”.
Watts, enfim, personificava aquela letra dos Stones que diz: “It’s only rock n roll but I like it” (É apenas rock n roll mas eu gosto). “Todo mundo pensa que Mick e Keith são os Rolling Stones, mas se Charlie não estivesse fazendo o que faz na bateria, isso não seria verdade”, disse Richards em uma entrevista em 1979. Considerado um dos melhores bateristas de rock de todos os tempos, Watts se notabilizava pelo toque preciso na bateria em hits icônicos como Paint It Black, Gimme Shelter e Brown Sugar.
Watts nasceu em 2 de junho de 1941 em Londres. Fã de jazz, ele começou a colecionar LPs de Miles Davis, Dexter Gordon e Charlie Parker ainda na infância. A bateria entrou em sua vida por volta dos 14 anos. Antes de entrar nos Stones, Watts tocou em grupos de jazz até 1962, quando começou a dividir seu tempo como designer gráfico numa agência de publicidade. Watts entrou nos Stones poucos meses após a saída de Mick Avory, quando a banda tinha pouco mais de um ano de formação.