JANEAYRE SOUTO DEIXA O PT APÓS 30 ANOS, DIZ NÃO GUARDAR MÁGOAS E ANUNCIA APOIO À REELEIÇÃO DE FÁTIMA: “UM NOVO CICLO”
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público da Administração Direta do Estado do Rio Grande do Norte (SINSP-RN), Janeayre Souto trocou recentemente o PT, onde era filiada havia três décadas, pelo PSB, de maneira discreta e sem espalhafato. Conhecida pela defesa veemente da categoria e por conflitos recentes com o Governo Fátima Bezerra, Janeayre chegou a gravar um vídeo para amigos e aliados explicando as razões que a levaram à troca de partido. E conversou com a reportagem da Agência Saiba Mais sobre esse assunto e outros envolvendo política e movimento sindical.
”Não tenho nenhuma mágoa ou decepção com o PT ou com a governadora Fátima Bezerra. Mas entrei no PSB para construir um novo ciclo, tanto na minha vida, como dirigente sindical, como também na organização partidária do próprio PSB. Na verdade, fiz muitos amigos no Partido dos Trabalhadores, os quais tenho muito carinho, como Francisco do PT, que se uniu à luta do SINSP para defender os servidores públicos. Sobre o PSB e eu, pessoalmente, apoio a reeleição da governadora Fátima e a eleição do presidente Lula. Porém, agora estamos com novos desafios, mas mantendo sempre a luta irrevogável dos direitos dos serviços e servidores públicos. No PSB observei esse espaço e por isso abracei esse novo ciclo“, explicou.
Sobre os conflitos com o Governo Fátima, que teriam gerado desgaste entre ela e o PT, Janeayre é direta:
“Houve avanços no governo Fátima em relação aos servidores, mas eu como presidenta do SINSP tenho a obrigação de representar a categoria a qual faço parte. Conflitos entre governos e sindicatos são naturais, pois o sindicato existe para lutar pelos direitos dos trabalhadores, independente de quem está na gestão atualmente. A luta e defesa dos serviços e servidores públicos é inegociável. E apesar de alguns avanços, temos que lutar por pontos ainda esquecidos, como o fato de ainda existir servidores que recebem apenas um salário mínimo. Sobretudo, olhar para os servidores mais carentes. Para se ter uma ideia, em janeiro de 2019 a diferença entre os menores e maiores salários era de 31 vezes; hoje essa desigualdade já é de 37 vezes. Temos que lutar para diminuir o leque salarial no Estado”, assinalou.
Possível pré-candidata a deputada federal pelo PSB, que já tem na Câmara Federal o presidente estadual da legenda, Rafael Motta, a sindicalista registra que “o partido abriu as portas para novos nomes no âmbito nacional, como Freixo, Flávio Dino, e até mesmo indicando o vice na chapa com Lula (ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin), por exemplo, e no âmbito local, como meu amigo Fernando Lucena. Nos foi apresentado uma clara proposta de visão ainda mais à esquerda do partido, e tendo como base a defesa da democracia. O PSB está com um projeto de reestruturação do planejamento sindical, que vai ampliar ainda mais a luta em defesa dos servidores públicos”, sentencia.