ISOLADO E DESCONTROLADO, CIRO FAZ CAMPANHA NO CEARÁ BRIGADO COM OS IRMÃOS


Estagnado em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, Ciro Gomes tem iniciado campanha no do Ceará, seu maior reduto eleitoral. Os movimentos políticos do pedetista também irritaram seus irmãos Cid Gomes, ex-governador e o ex-senador, e Ivo Gomes, prefeito de Sobral. Ele também tem enfrentado a formação de palanques alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Lula (PT) no estado.

Em Fortaleza, durante convenção que lançou a candidatura de Roberto Cláudio (PDT), apoiado por Ciro ao governo cearense, seus irmãos faltaram ao evento. Cláudio foi escolhido candidato após uma disputa interna no partido com a atual governadora Izolda Cela (PDT), apoiada pelo ex-governador Camilo Santana (PT), aliado próximo a Cid. Camilo renunciou ao governo em abril para concorrer ao Senado, deixando a vice no cargo.

Em seu discurso, Ciro criticou a “prepotência de lideranças” que teriam abandonado seu grupo “por uma ninharia ou um carguinho de ministro”, uma indireta a Camilo, a quem já havia acusado anteriormente de ter um acordo com Lula para um futuro governo. Ciro também criticou a atual gestão estadual, afirmando que a população “está passando um péssimo bocado (com) desemprego, carestia e violência”.

A fala do pedetista aconteceu logo após o irmão, Cid, ter se encontrado com Camilo para apaziguar os ânimos e evitar ataques entre ex-aliados na campanha. Além disso, na convenção, Ciro afirmou ter “sacrificado” a si mesmo para eleger Cid ao governo do Ceará.

A movimentação de Ciro a favor de Roberto Cláudio também gerou contrariedade de Ivo. No início do mês, ele chegou a declarar apoio a Izolda. Ivo afirmou em entrevista ao Diário do Nordeste, que o irmão Cid foi “alijado do processo” de escolha da candidatura por Ciro e Cláudio.

Aliados de Ciro reconhecem o estremecimento na relação com os irmãos, mas avaliam que são problemas “temporários” e que a família deve seguir juntos na campanha.