O BRASIL EMPOBRECEU NO GOVERNO BOLSONARO: A RENDA CAIU E 33 MILHÕES VIVEM EM MISÉRIA ABSOLUTA


O Brasil empobreceu durante o governo de Bolsonaro, e não apenas por causa da pandemia ou da guerra. Quando assumiu, o cenário já era frágil, já havia os efeitos da recessão dos governos de Dilma. O presidente fez suas escolhas, e hoje alcançamos a triste marca de mais de 30 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza no país.

PREOCUPANTE Cláudia Bock viu a renda da agência cair da noite para o dia. (Crédito:GABRIEL REIS)

Não precisa ter um olhar apurado para notar que aqui o número de vítimas só tem aumentado. O retrato feito pela FGV Social mostra que quando a Covid chegou, em março de 2020, 13,3% dos brasileiros viviam abaixo da linha da pobreza. Com os auxílios sociais a proporção caiu para 3,9% em agosto do mesmo ano, mas, em novembro 2021, numa nova pesquisa, já 10,4% da população vivia com menos R$ 210 por mês, cerca de 22 milhões de brasileiros.

Essa estatística fala de milhões de brasileiros que não resistiram à crise econômica e viram a vida mudar da noite para o dia. Esse é o caso da empresária Cláudia Bock, que viu sua agência de turismo degringolar com o fechamento do turismo, em 2020. “Com a pandemia instalada, as vendas caíram 100%”, relembra Claudia, explicando que sem funcionários para reduzir custos, a agência tenta se reerguer. “Foi com muita perseverança que não fechamos as portas: 2022 não apresentou a recuperação que esperávamos”, reforça a empresária, que vê na crise política o maior problema para o empobrecimento do País. “A crise política brasileira, é mais devastadora que a pandemia”.

De acordo com o IBGE, a renda média do brasileiro caiu de R$ 2.823, no início de 2019, para R$ 2.613 no trimestre de março a maio deste ano.

Bolsonaro avançou pouco nas reformas e programas sociais, mas há três meses das eleições conseguiu aumentar o Auxílio Brasil. Em sua primeira edição, o auxílio de R$ 600 reduziu a população com renda até R$ 497 para 23 milhões entre março e agosto de 2020. Já quando houve sua interrupção, elevou a pobreza em 25 milhões até janeiro de 2021. Isto ajuda a entender os efeitos fugazes desse aumento. O salto da pobreza em janeiro de 2021 parece um trailer de janeiro de 2023, quando terminará a nova edição. “Nós temos um retrocesso nas políticas sociais, o Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo. Sem políticas que visam a um sistema social fortalecido, integralizado, nós não melhoraremos as políticas sociais”, afirma Jucimeri Silveira, professora de pós-graduação em Direitos Humanos e Políticas Públicas da PUC—PR.