CAMPANHA DE CARLOS EDUARDO É UM FESTIVAL DE FATOS NEGATIVOS


Na parcial da média das pesquisas de agosto, Carlos Eduardo Alves (PDT) permanece com os mesmos 24% de julho. Em um mês o candidato não saiu do canto enquanto seus principais adversários cresceram.

O ex-ministro Rogério Marinho (PL) saiu de 17% para 20% e Rafael Motta (PSB) ganhou dois pontos percentuais saindo de 9 para 11%. Ainda faltam outros institutos apresentarem novos números este mês, mas o sinal amarelo está ligado.

Carlos Eduardo não acompanhou a governadora Fátima Bezerra (PT) que está com 40% na média das pesquisas enquanto seus principais adversários Styvenson Valentim (PODE) e Fábio Dantas (SD) possuem números semelhantes aos de Rogério e Motta, respectivamente 18% e 11% na média das pesquisas.

A dificuldade para crescer se dá pelo fato da campanha de Carlos Eduardo ser uma sucessão de fatos negativos. A começar pela situação delicada de precisar dos votos lulistas ao mesmo tempo em que não pode se desgarrar de Ciro Gomes, presidenciável do PDT, sob pena de perder a legenda.

Carlos resolveria a situação empolgando a militância petista declarando voto em Lula, coisa que não pode fazer antes de 2 de outubro. Para piorar a situação a esposa dele, Andrea Ramalho, se deixou fotografar com a camisa com o slogan “prefiro Ciro”, acirrando os ânimos.

Carlos tem encontrado dificuldades para agregar apoios, boa parte dos prefeitos e vereadores do interior que não estão com Rogério Marinho estão fechando com Rafael Motta. O pessebista também tem conquistado a simpatia da militância de esquerda, o que desagrega o poder de mobilização da candidatura do ex-prefeito.

De quebra, o pedetista fez movimentos desastrosos no âmbito jurídico como entrar com ações contra a 96 FM e não soube calcular uma ação contra Rogério Marinho envolvendo o orçamento secreto e o tratoraço.

Sim, as duas anomalias desequilibram o pleito, mas o tempo de discutir o assunto já passou. Como bem assinalou o cientista social Daniel Menezes no Blog O Potiguar: Carlos pode ter razão, mas tratar do assunto no meio do processo eleitoral atrapalha.

Aspas para o analista político:

“O orçamento secreto, além dos casos de corrupção que estão pipocando pelo país, cria assimetria não republicana na contemplação de recursos. O problema para CE é que este discurso é ruim do ponto de vista da urgência eleitoral. Se apontar as prefeituras que foram beneficiadas, ele será acusado de atacar os munícipes da cidade. Se não demonstrar, fica parecendo que acusa de Rogério Marinho de trazer recursos para o RN. O tema só pode ser debatido sem o avizinhar da campanha e com bastante calma, para que os cidadãos do RN percebam que, além da carência de critérios técnicos o que leva a baixa eficiência na aplicação do dinheiro público, para uma cidade receber muito, outra teve que receber pouco ou nada”.

O problema da ação foi de timming político.

Resultado: Rogério emplacou a narrativa que Carlos age contra os prefeitos e 110 deles assinaram uma nota dura contra o pedetista.

Politicamente a ação é desastrosa.

Já faz uma semana que a campanha começou oficialmente e Carlos Eduardo não gerou nenhum fato positivo e acumula problemas.

A estagnação não é por acaso.

O sinal amarelo está bem acesso. Ou ele brinda o eleitor com um fato novo ou a coisa desanda de vez.