MARINA SILVA: “LULA ESTEVE NO GOVERNO POR DOIS MANDATOS E NUNCA FECHOU IGREJAS”
A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (REDE), que é evangélica, fez duras críticas à instrumentalização da fé por partidos e candidatos, sobretudo os ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL), durante entrevista aos jornalistas Cintia Alves e Johnny Negreiros no site GGN.
De acordo com ela, o momento é de “manipulação perversa” pela campanha de Bolsonaro, “péssima para a fé e é péssima para a política. Quando alguém mentirosamente diz que, se o presidente Lula ganhar as eleições, ele vai fechar as igrejas, isso é uma forma mentirosa que desabona a própria fé. Lula esteve no governo por dois mandatos, nunca fez isso.”
Evangélicos não são todos iguais
Ela afirmou também que não se deve tomar o “povo evangélico como se ele fosse homogêneo, pois não existe essa homogeneidade no segmento. Existem diferenças, abordagem diferentes. Eu sou evangélica da Assembleia de Deus. Nas campanhas que fiz, uns diziam que eu era fundamentalista e outros, que eu era uma falsa crente. Isso foi muito complicado.”
Marina teve uma criação católica até se converter à fé cristã-evangélica. “Mas quem visita o meu trabalho no Congresso sabe que eu nunca fiz do púlpito um palanque nem do palanque um púlpito.”
Estado Laico
Ela reforçou na entrevista ao GGN que é preciso haver a separação entre Estado e religião no trato com a questão em tempos eleitorais. Para ela, também é preciso repisar que “preconceito e mentira não têm base nem no Código Civil, nem na Constituição e, para os cristãos, nem na Bíblia.”
“O apóstolo Paulo diz: ‘não é judeu nem grego, não há servo nem senhor, não há macho nem fêmea, porque todos são em Cristo, Jesus’. Quem quiser ser preconceituoso, seja por sua conta, não venha usar a Bíblia para mentir, ser homofóbico, racista, machista, nada! Essas pessoas desabonam a fé cristã, inclusive quando levam uma arma enorme para a Marcha por Jesus. É isso tipo de coisa que muitas pessoas cristãs, evangélicas, católicas, espíritas estão vendo que há uma grande contradição e não estão entrando nessa canoa furada.”
Veja a entrevista completa no GGN