TEBET APÓS ATAQUE DE BOLSONARO A JORNALISTA: “NÃO TENHO MEDO DE VOCÊ”
Destaque no debate da Band entre candidatos ao Palácio do Planalto, a senadora Simone Tebet (MDB) tocou em vários pontos relacionados a saúde, emprego e educação. Mas também chamou atenção ao ser criticada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao defender a jornalista Vera Magalhães, também alvo do concorrente à reeleição.
Bolsonaro criticou Magalhães após ela perguntar se o comportamento do presidente não influenciavam as baixas nas vacinações no Brasil. O mandatário disse que a jornalista estava mentindo e que ela era uma “vergonha” para a profissão. Foi a mesma palavra usada por ele para descrever a atuação de Tebet na CPI da Covid.
“Nós temos que dar exemplos, exemplos que o presidente da República não dá quando ataca mulheres, quando ataca jornalistas”, respondeu Tebet.
A candidata afirmou não ter medo de Bolsonaro ou dos ministros dele. “Recebi violência política na CPI, fui chamada de descontrolada. Pior que isso, um ministro seu tentou me intimidar. Quero dizer diretamente ao presidente da República: eu não tenho medo de você”.
Tebet também acusou Bolsonaro de defender homens que estupram e torturam. E concluiu: “Por que tanta raiva das mulheres?”.
Outros assuntos
A candidata também direcionou alfinetadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A vice de Tebet, Mara Gabrilli (PSDB), a acompanhou nos estúdios da rede de televisão Bandeirantes.
“Não vi o presidente da República pegar a moto dele e entrar em um hospital para abraçar uma mãe”, disse Tebet sobre a condução de Bolsonaro à pandemia.
Já a respeito do governo de Lula, a candidata disse: “Eu gostaria só de dizer que a corrupção não começou nesse governo. A corrupção é fruto de governos passados, e a corrupção mata. Então, eu só quero dizer que este governo tem esquemas de corrupção como lamentavelmente teve o governo de vossa excelência”, pontuou.
A paz e o fim da polarização também foi um dos pontos por vezes mencionado pela aspirante. “Temos radicalização e desarmonia em função de termos um presidente que ameaça a democracia a todo o momento, não respeita a imprensa livre, a independência do Supremo, do Poder Judiciário e do Legislativo. Precisamos trocar o presidente da República”, salientou Tebet.
A respeito de criação de empregos, Simone considerou que o país precisa de investimento privado. Para isso, ela afirmou que mais ferrovias precisam ser construídas. “O Brasil precisa de investimento privado para voltar a crescer. Estamos falando de 2,5 milhões de empregos. Construir ferrovias significa deixar o grão mais barato, transporte mais rápido, de forma ecológica e se tornar mais competitivo com o mercado internacional”, disse.
Saúde e Educação
Advogada, professora e escritora, Tebet mencionou pautas que colocará em prática caso seja eleita. Destaque para o Poupança Jovem, que consiste em um valor direcionado para estudantes do terceiro ano do ensino médio, que receberão R$ 5 mil.
“A educação vai ser prioridade, pela primeira vez na história do Brasil. Eu sei porque sou professora, a educação salva”, defendeu. “Infelizmente, educação nunca foi prioridade no país. Educação nunca foi colocada como um projeto nacional, de Estado, e não de governo. É por isso que os indicadores da educação estão nesse patamar há mais de 30 anos”, completou.
Para acabar com a fila do Sistema Único de Saúde (SUS), a candidata sugeriu decretar “calamidade pública e estado de emergência”, para obter crédito extraordinário. “Cada exame, consulta, cirurgia atrasada vai ser imediatamente pago, para que a população brasileira não possa morrer prematuramente das doenças, da sequela da pandemia da Covid-19”.