PDT DE CIRO GOMES PEDE CASSAÇÃO DA CHAPA DE BOLSONARO POR USAR PLANALTO PARA PEDIR VOTO EM LIVE


O presidente Jair Bolsonaro teria cometido crime eleitoral ao pedir votos para 17 candidatos a vários cargos durante a sua tradicional “live” da última quinta-feira, dia 18, gravada dentro do Palácio do Planalto. Esta é a tese de uma ação judicial apresentada pelo PDT, partido do presidenciável Ciro Gomes, ao Tribunal Superior Eleitoral nesta segunda-feira, dia 22. A ação é assinada pelo presidente da sigla, Carlos Lupi.

Geralmente, as “lives” de Bolsonaro são gravadas na biblioteca do Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente da República, local que em tese poderia ser usado para fins particulares. Para os advogados do PDT, porém, Bolsonaro cometeu crime eleitoral ao utilizar um prédio público que é seu local de trabalho – o Palácio do Planalto – para fazer campanha eleitoral de terceiros. A prática é proibida pelo artigo 73 da Lei das Eleições, de 1997. Pelo texto, é proibido usar “em benefício de candidato, partido ou coligação (…) móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União”, diz um trecho.

No texto, a equipe jurídica do PDT pede a retirada imediata do vídeo da “live” do ar, e a retirada de Bolsonaro e de seu vice, o general Walter Braga Netto, da corrida eleitoral, pela prática do abuso do poder político.


Durante a “live”, Bolsonaro chegou a dizer que voltaria a fazer campanha para novos candidatos na próxima transmissão ao vivo, marcada para esta semana. “Vamos lá para o horário eleitoral gratuito. Vai faltar gente, vamos reclamar, mas vamos deixar para semana que vem. Algumas candidaturas pelo Brasil que eu peço apoio”, disse ele, antes de apresentar os candidatos.

No texto da ação, o PDT lembra ainda que a “live” contou com o apoio de um tradutor da Língua Brasileira de Sinais (Libras) bancado com recursos públicos. “As transmissões ao vivo ocorrem dentro das dependências privativas do Palácio do Planalto, com a utilização de todo o aparato e mobiliário do prédio público na consecução desse fim, bem como do intérprete de libras custeado pelo Erário”, diz um trecho.

Fonte: Estadão