COM BUSCA EM NATAL, LAVA JATO MIRA LAVAGEM DE R$ 110 MILHÕES EM PROPINAS NA PETROBRÁS

A Polícia Federal, com apoio do Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal, deflagrou a 66ª fase da Operação Lava Jato. Denominada de “Alerta Mínimo”, a ação cumpre um mandado de busca e apreensão em Natal e outros sete em São Paulo. As medidas cautelares foram expedidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba.
A operação apura a ação de doleiros e funcionários de três agências do Banco do Brasil em crimes de lavagem de dinheiro. Segundo a PF, os investigados teriam atuado para empresas que tinham contratos com a Petrobrás e precisavam de dinheiro em espécie para pagar propinas a agentes públicos.
Um doleiro investigado teria produzido pelo menos R$ 110 milhões, em espécie, para viabilizar o pagamento de propinas, indicou a PF com base em documentos apresentados por colaboradores.
Segundo a corporação, a produção de dinheiro envolvia trocas de cheques obtidos junto ao comércio da grande São Paulo e a abertura de contas sem documentação necessária ou com falsificação de assinaturas em nome de empresas do ramo imobiliário.
A suspeita da Polícia Federal é a de que gerentes de agências bancárias davam suporte às operações de desconto de cheques e elaboravam justificativas internas para evitar fiscalizações e ações de compliance da instituição financeira. “Em troca, os funcionários recebiam comissões dos operadores e conseguiam vender produtos da agência para atingir metas”, indicou a corporação.
A PF indicou que o nome da operação, ‘Alerta Mínimo’, faz referência ‘ao fato de que os alertas de operações atípicas do sistema interno do banco para comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras passaram a ser encerrados, mediante a apresentação de justificativas pelos gerentes de agência, como se não houvesse indícios de lavagem de dinheiro’.