MANDETTA: "BOLSONARO TEM CHEIRO DE CEMITÉRIO"


O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que o governo Jair Bolsonaro tem “300 mil cadáveres nas costas” e exala “um cheiro do cemitério”. A declaração de Mandetta foi feita durante uma entrevista ao jornal português
Diário de Notícias.

Na entrevista ao jornal, o ex-ministro criticou duramente a inação do governo Bolsonaro no enfrentamento à pandemia e o negacionismo, fatores que levaram o Brasil a ocupar a liderança no ranking mundial de mortes pela Covid-19.

“Deixaram, por exemplo, testes apodrecerem, que agora tentaram reenviar para o Haiti, que os recusou, claro, e desacreditaram as vacinas, dizendo que a pessoa ia virar jacaré ou ter um chip na cabeça. E ele agora está com 300 mil cadáveres nas costas, o cheiro dele é um cheiro do cemitério. Está a tentar usar máscara mas será que é para se proteger do vírus ou do ar fétido dos erros macabros que cometeu?”, questionou Mandetta. "Hoje 300 mil mortes me separam dele. Não me arrependi de ter trabalhado no governo com seriedade mas entendi que ele não presta e não sente o peso da cadeira", emendou.

Ainda segundo ele, “Bolsonaro está a pedir emprestada a credibilidade da medicina para dizer que se o ministro é médico ele não tem responsabilidade. Mas a responsabilidade dele está em tudo - nos atos, palavras e omissões. No fundo, você pode colocar lá o prémio Nobel da medicina que, se ele continuar sabotando, ou ele demite o ministro ou o ministro se demite”.

Mandetta, que é filiado ao DEM tem o nome cotado para disputar a eleição presidencial de 2022 em uma chapa de centro-direita, também criticou a possibilidade de que o pleito possa se concentrar em uma disputa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que retomou os direitos políticos após o ex-juiz Sergio Moro ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal pela parcialidade contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Jair Bolsonaro.

“Rapaz, esse cenário é pesadelo. Se eu tiver um pesadelo que estou a cair de um prédio, quando acordar vou jogar-me desse prédio? Não, não quero transformar isso em realidade e a sociedade também não quer. Queremos um sonho. Para eles os dois está confortável, eles nutrem-se um ao outro, mas esse confronto, essa ideia de que o Brasil que funciona é o meu, que eu é que decido o futuro de vocês e vocês têm o direito a permanecer calados, já levou o Brasil a estados de exceção, a lutas armadas. O Fernando Henrique e quem faz esse tipo de ilação já não sonha mais”, disse.