FILHOS DE FLORDELIS SÃO CONDENADOS PELO ASSASSINATO DO PADRASTO NO RIO
Dois dos filhos da ex-deputada Flordelis (PSD-RJ) foram condenados pelo assassinato do pastor Anderson do Carmo nesta 4ª feira (24.nov.2021). A sentença foi proferida pela juíza Nearis Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói. Flordelis, acusada de ser a mandante da morte do marido, segue presa preventivamente e sem data marcada para julgamento.
Flávio dos Santos Rodrigues foi condenado a 33 anos e 2 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, porte ilegal de arma, uso de documento ilegal e associação criminosa armada. Lucas Cézar dos Santos de Souza, responsável por comprar a arma do crime, colaborou com as investigações e foi condenado a 7 anos e 6 meses de reclusão. Os 2 condenados podem recorrer, mas os advogados de Lucas já informaram que concordam com a decisão.
Flordelis e outras 10 pessoas foram denunciadas em agosto do ano passado pelo assassinato de Anderson do Carmo de Souza, marido da ex-deputada. O crime ocorreu em 2019. A prisão preventiva não foi solicitada antes porque Flordelis tinha imunidade parlamentar. Em 11 de agosto, no entanto, a Câmara dos Deputados cassou seu mandato. Ela está inelegível por 8 anos.
Flordelis foi presa preventivamente em agosto de 2021, em sua casa, em Niterói (RJ). A medida veio horas depois de o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) solicitar a detenção cautelar.
“Com a perda do mandato de parlamentar, a situação jurídica da ré deve ser revista, no fito de sanar a desproporcionalidade que havia entre as medidas cautelares impostas e os fatos imputados e as condutas que a ré praticou para interferir na instrução e se furtar no momento da aplicação da lei penal”, disse o promotor.
Eis a íntegra do pedido de prisão (302 KB).
RECURSO
Em setembro deste ano, a deputada apresentou recurso à 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça onde que pedia, além da reforma da sentença, a nulidade do processo “pela ausência de certeza quanto à materialidade do crime de homicídio tentado”. Mas o relator negou a nulidade, defendendo que a justiça tem indícios mínimos de autoria e materialidade do homicídio pela ex-deputada.
A defesa de Flordelis também alegou que a ré “jamais planejou, orquestrou ou influenciou a morte da vítima”, tentando afastá-la das acusações pelos delitos de associação armada e uso de documento ideologicamente falso. Mas o relator disse em seu voto que “os depoimentos colhidos, o sigilo levantado das comunicações e a perícia dos telefones celulares, com a extração das mensagens trocadas entre a recorrente e os corréus Flávio, Marzy, Simone, André e Rayane comprovam o vínculo criminoso existente entre eles”.