AUMENTA A TRIAGEM NO CERCADINHO DO ALVORADA PARA EVITAR SURPRESAS
Não foi a primeira vez, nem a mais estridente, mas Bolsonaro cobrou dos seus meganhas para que seja a última. Se eles são incapazes de deter infiltrações no cercadinho do Alvorada onde o presidente despacha com seus devotos, para que servem?
Em março de 2020, quando a pandemia da Covid-19 no Brasil mal estava começando, um haitiano cujo nome jamais seria revelado meteu-se no cercadinho e foi parar depois nos “Trending Topics” do Twitter com o que disse a Bolsonaro:
“Você está entendendo bem, estou falando brasileiro. Bolsonaro acabou. Todo brasileiro está recebendo mensagem no seu celular. Você não é presidente mais, precisa desistir. Você está espalhando o vírus e vai matar os brasileiros”.
Na manhã da última segunda-feira, Hadassa Gomes, 19 anos, estudante de jornalismo em Sorocaba, interior de São Paulo, disse na cara de Bolsonaro que ele era uma farsa. Mais tarde, no Twitter, chamou-o de covarde. Travou-se o seguinte diálogo:
“Presidente, posso falar um verso bíblico para o senhor? É aquele verso que o senhor diz que gosta muito, e eu também – é um dos meus favoritos. ‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’. E a verdade é Jesus, a verdade é justiça, a verdade é honestidade. E sabendo disso, dá para considerar que o senhor é uma farsa presidente”.
“Você veio aqui falar isso?”.
“Não, eu vim questionar o senhor”.
Os meganhas intervieram com atraso e a estudante foi posta para fora dali. O estrago, porém, estava feito. Episódios como esse deverão se multiplicar durante a campanha onde quer que Bolsonaro apareça. Mas, no cercadinho, é demais para ele.