ESPERO QUE PT COMPREENDA A NECESSIDADE DE ALIANÇAS, DIZ LULA
Cotado para ser o vice de Lula na chapa à corrida presidencial, Alckmin deve esperar a definição sobre quem disputará o governo de São Paulo para definir seu futuro partido.
Uma ala relevante do PT afirma que ex-tucano não é confiável para integrar a chapa. Quem tem mais vocalizado essa insatisfação nos bastidores petistas é a ex-presidente Dilma Rousseff, que se encontrou pessoalmente com Lula em 13 de janeiro e, segundo apurou o Poder360, afirmou ter medo de que o ex-governador seja “o Temer” de Lula. “Quando você mais precisar, ele ficará à disposição da oposição para tomar seu lugar”, teria dito a petista.
Lula diz conversar com diversos atores políticos para fechar acordos políticos, inclusive Alckmin. “Espero que dê certo essa conversa, espero que o Alckmin escolha o partido político adequado, que faça aliança com o PT, espero que o PT compreenda a necessidade de se fazer aliança e espero que o povo brasileiro possa colher aquilo que tem como expectativa em uma possível volta do PT”, declara.
Lula afirma ter confiança no ex-governador paulista e que uma aliança, além de boa para ele, será “bom para o Alckmin” e “bom para o Brasil”. O petista relembrou Mário Covas ao dizer que “se alguém tem experiência em ser vice, é o Alckmin”.
O ex-governador, diz o Lula, “está fazendo uma aferição dos convites que foram feitos (…). Quando ele tomar a decisão dele, eu tomo a minha decisão”.
Alckmin avalia se filiar ao PSB. Mas, tanto PT quanto o PSB mantêm os nomes de Fernando Haddad e Márcio França, respectivamente, na disputa pelo comando paulista. Segundo petistas ouvidos pelo Poder360, Alckmin não quer ficar no meio do conflito. Uma resolução, no entanto, é esperada apenas para o fim de fevereiro.
Governo
Segundo Lula, hoje, “o Congresso Nacional praticamente domina” o governo. “Quem governa é o Congresso Nacional”. Questionado sobre como será sua relação com o Centrão caso vença, o petista fala que é preciso negociar “com quem tem mandato”.
O ex-presidente destaca que fazer “alianças é importante” para ganhar as eleições, mas também para governar.
“O ideal seria que o PT pudesse eleger todos os deputados, mas não vai acontecer”, fala. “Então, você negocia com quem está eleito. Você negocia com a direita, você negocia com a esquerda, você negocia com o centro, você negocia com católico, com evangélico, com ateu. Você negocia com quem tem mandato para poder aprovar as coisas que o Brasil precisa.”