ESTADO DE SÃO PAULO ENDURECE A QUARENTENA NO NATAL E ANO NOVO E LIBERA APENAS SERVIÇOS ESSENCIAIS
Ficam liberadas apenas as atividades consideradas essenciais (como farmácias, mercados e padarias, por exemplo), de maneira que parte do comércio volta a fechar. Bares, lanchonetes e restaurantes, por exemplo, só podem funcionar para delivery.
A região de Presidente Prudente é a única que voltará oficialmente para a fase vermelha diante da escassez de leitos de UTI disponíveis para pacientes com a doença. A decisão foi tomada pelo Centro de Contingência após o Estado apresentar crescimento de 54% de novos casos e 34% de mortes nas últimas quatro semanas. Outra avaliação das fases será feita no dia 7 de janeiro
“Nós precisamos dar um sinal para a população de que estamos em uma pandemia, em uma fase preocupante de número de casos. E mostrar que a recomendação é ficar em casa e circular o mínimo possível, para atividades essenciais”, afirma João Gabbardo, secretário-executivo do comitê de especialistas que assessora o Governo.
Se não houver uma desaceleração no contágio, o Governo poderá impor novas restrições. Mas Gabbardo salienta que estas decisões serão tomadas com a análise dos casos. O setor de hotelaria ― explica a secretária de desenvolvimento econômico, Patricia Ellen ― nunca foi proibido de funcionar. Desta maneira, poderão receber hóspedes nos feriados. Mas aglomerações devem ser evitadas, inclusive nas praias.
A região de Presidente Prudente, que alcançou 83% de ocupação de leitos, retornará para a fase mais restritiva. E, em janeiro, regiões não passarão para a fase verde. Dependendo das características locais de cada cidade, prefeitos também poderão aumentar ainda mais as restrições, um mecanismo já autorizado pelo Supremo Tribunal Federal. Há uma preocupação do Estado, porém, com um maior relaxamento de prefeitos que estão prestes a deixar os cargos.
Nove meses depois de anunciar a primeira quarentena, São Paulo impôs maiores restrições. “Não estamos em momento de aglomerações, de festas. Precisamos sim do esforço de todos”, disse a secretária de desenvolvimento econômico, Patricia Ellen.
Na fase vermelha, ficam liberadas apenas as atividades consideradas essenciais, de maneira que parte do comércio volta a fechar. Bares, lanchonetes e restaurantes, por exemplo, só podem funcionar para delivery. Ao todo, o Governo de São Paulo estabeleceu cinco fases no plano de reabertura.
Reabertura de escolas é mantida
O retorno de aulas presenciais, no entanto, estão mantidos para o início de 2021 mesmo que os índices se agravem, como já havia afirmado o governador João Doria na segunda-feira. “Mantemos a posição defendida anteriormente e a reabertura das escolas será cumprida com todos os cuidados sanitários necessários.
Fizemos um investimento enorme para prepará-las para receber os alunos”, disse. Na semana passada, o governador já havia adiantado que escolas seriam classificadas como serviço essencial e poderiam funcionar até na fase vermelha, com capacidade máxima de 35% dos alunos.
Depois de 45 dias na fase verde, São Paulo voltou a impor maiores restrições um dia depois das eleições, quando todo o Estado foi classificado na fase amarela, a intermediária entre as cinco fases do plano de reabertura econômica. O secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que houve uma impressão equivocada de que a fase verde significava a liberdade. “O resultado foi que passamos a ter 100% do Estado no fasemento amarelo, com maior restrição”. O secretário disse que este foi um alerta, mas se mostrou insuficiente. As semanas seguintes foram marcadas por indicadores preocupantes.
As internações por covid-19 têm crescido, e a Grande São Paulo ― que chegou a apresentar taxas de ocupação de leitos de UTI por volta de 40% ― chegou nesta segunda a 66,8%. Considerando todo o Estado, 61,8% das camas de terapia intensiva estão ocupadas. A taxa de isolamento, medida a partir de dados passados por telefonias celulares, também caiu. No último sábado, estava em torno de 40%, enquanto o mínimo aceitável pelas autoridades de saúde paulistas é de 50%.
É neste contexto que o Governo de São Paulo vem afirmando preocupação com as festas de fim de ano, quando pode haver aumento de aglomerações pelas celebrações de Natal e de Ano Novo. Nesta semana, o secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, já vinha pedindo que a população evitasse aglomerações para conter os índices da pandemia. Também pediu aos gestores municipais que ampliassem a fiscalização local para tentar frear as possibilidades de contágio.