RÉVEILLON COM AGLOMERAÇÃO REPERCUTEM, PREFEITOS DO RN NADA RESPONDEM


Enquanto as infecções pela covid-19 aumentam, especialistas reforçam recomendações de distanciamento social.

Na contramão, cidades turísticas pelo País recebem festas, muitas delas clandestinas, com centenas e até milhares de frequentadores no feriado do réveillon. A realização de eventos do tipo tem se tornado uma guerra na Justiça, com disputas entre organizadores de festas, promotores do Ministério Público e governos.

Na maior parte dos casos, atrações públicas de ano-novo foram canceladas.

No primeiro dos cinco dias de festas de réveillon nas praias de Pipa e de São Miguel do Gostoso, destinos badalados do Rio Grande do Norte, protocolos sanitários e avisos não foram suficientes para evitar aglomerações e incentivar o uso de máscara.

Na contramão de outros locais do Nordeste, decretos das cidades de Tibau do Sul (onde fica Pipa) e São Miguel do Gostoso proíbem eventos públicos ou patrocinados com dinheiro público no fim do ano, mas liberam os particulares se houver apresentação de exame negativo para covid por parte do público, distribuição de máscaras e aferição de temperatura na entrada.

O Ministério Público pediu a suspensão de festas, mas a Justiça alegou que não poderia intervir em determinações do Executivo, que liberou esse tipo de evento. Em dois meses, o número de internados nas UTIs privadas e públicas potiguares triplicou, com 256 pacientes nesta terça-feira.

Tibau e São Miguel não têm leitos de terapia intensiva.

Estadão não conseguiu contato com as duas prefeituras.

O governo potiguar informou ter orientado as cidades a cancelarem todos os eventos do tipo.

“Um cancelamento em cima da hora faria essas pessoas circularem livremente pelas ruas das praias, aumentando as aglomerações públicas”, justificou a assessoria do evento Let’s Pipa, que já ocorre na festa de Tibau do Sul. 

Do Estadão