BOLSONARO ESTÁ EM SEU PIOR MOMENTO, E LULA NO MELHOR, RECONHECE LIRA
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em participação na 22ª edição da CEO Conference Brasil, do banco BTG Pactual, na manhã desta terça-feira (25), de acordo com a Folha de S. Paulo, afirmou ver Jair Bolsonaro em seu pior momento no governo. Por outro lado, segundo Lira, o ex-presidente Lula, principal adversário do atual governo, está no ápice de sua popularidade.
"Nós estamos numa complicação de vacina, numa ausência que passou-se três meses sem o auxílio emergencial, com a população mais carente privada. Então, na minha visão, rapidamente, o presidente Bolsonaro está no seu pior momento e o candidato e ex-presidente Lula está em seu melhor momento", disse Lira.
Em pesquisa Datafolha divulgada em 12 de maio, Lula aparecia com 41% das intenções de voto para o primeiro turno de 2022, contra apenas 23% de Jair Bolsonaro.
O presidente da Câmara, no entanto, ponderou ao destacar que pesquisas eleitorais são um "retrato do momento". Ele disse ser difícil prever como estarão Bolsonaro e Lula na época do pleito no ano que vem. "Acho que as coisas têm que andar na sua normalidade. Acho que é normal de todo mundo discutir quem vai ser o próximo governante no Brasil, mas eu penso ainda que é momento de nós trabalharmos para estruturarmos o nosso país para qualquer um que ganhe a eleição tenha melhores condições de governar do que no momento".
O deputado admitiu que não deve surgir uma terceira via para a próxima eleição. "Não houve desde 1989. A terceira via ela chega ali...o mais próximo que ela chegou foi, se eu não me engano, numa eleição da Marina [Silva] e na outra ela já dissolveu como candidata, chegando atrás, inclusive, daquele ex-deputado Daciolo. Nessa eleição, com a polarização que existe, eu não acredito que vá haver terceira via, porque os dois vão convergir ao centro, e o centro vai escolher qual o melhor dos dois para governar em 2022".
Lava Jato
Ainda no evento, Lira reconheceu como positiva a atitude do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular as sentenças da Lava Jato contra Lula e declarar o ex-juiz Sergio Moro parcial e suspeito. "Eu deixei claro que houve excessos na Lava Jato. Eu não sei, e ainda hoje tenho quase que certeza que o ex-juiz [Sergio] Moro, num país mais duro, teria uma pena muito rígida. Os erros que foram cometidos de parcialidade são inadmissíveis para uma justiça que tem a obrigação de ser parcial, que tem a obrigação de manter o direito de defesa, o direito do estado democrático intocáveis no Brasil e em qualquer parte do mundo”.