FÁTIMA CONSEGUE FEITO INÉDITO PARA GOVERNADORES DO RN EM PESQUISAS ELEITORAIS NESTE SÉCULO


No século XXI sentar na cadeira de governador do Rio Grande do Norte se tornou um caminho para o ocaso político.

Para se ter ideia do que escrevo neste primeiro quarto de século somente Wilma de Faria conseguiu se reeleger e ainda assim foi no já longínquo ano de 2006 numa eleição disputadíssima contra Garibaldi Alves Filho (MDB).

E aí que Fátima Bezerra (PT) entra. Terceira mulher a governar o RN, única governadora do Brasil, dentre tantos desafios ela pode quebrar em 2022 o tabu de que os potiguares não reelegem ninguém para a chefia do executivo.

Uma escrita  petista já pode dizer que quebrou.

Na pesquisa AgoraSei/Blog do BG, a primeira realizada em nível estadual, na atual quadra histórica, ela conseguiu um feito: é a primeira governadora do RN neste século a liderar as intenções de voto em todos os cenários no terceiro ano de mandato. É um feito que nem Wilma, a única a conseguir se reeleger, conseguiu.

Explico.

Em 2005 quando tentava a reeleição Wilma encarava um cenário adverso mesmo sendo bem avaliada porque do outro lado estava o “governador de férias” Garibaldi Alves Filho (PMDB). Ela apareceu atrás em todas as pesquisas no terceiro ano do mandato e só conseguiu virar o jogo já na reta final do primeiro turno das eleições em 2006.

Reeleita, Wilma fez um segundo mandato abaixo do esperado, não conseguiu ser eleita para o Senado em 2010 nem em 2014 e morreu em 2017 exercendo mandato de vereadora em Natal.

Em 2013, a governadora Rosalba Ciarlini amargava uma impopularidade histórica e apresentava desempenho sofrível nas intenções de voto sem sequer obter dois dígitos. Wilma liderava tanto para Governo quanto para o Senado na época. Ela acabou inviabilizada eleitoralmente e teve a legenda negada pelo DEM e sequer disputou a reeleição.

Em 2017, as pesquisas mostravam de forma cristalina Robinson Faria já estava derrotado. Ainda assim ele insistiu em ser candidato em 2018 amargando um vexame com apenas 11,85% dos votos válidos.  A então senadora Fátima Bezerra liderou todo o processo eleitoral e venceu o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) no segundo turno com mais de um milhão de votos.

Ainda temos os mandatos tampões de Fernando Freire (2001) e Iberê Ferreira (2010) que não lideram as pesquisas em nenhum momento sendo derrotados pela oposição.

Fátima quebrou um tabu ao mostrar uma resiliência que seus antecessores não tiveram neste século tendo ainda contra si o desgaste imposto pela pandemia e as medidas de restrição social cujo ônus político tem assumido sozinha.