42% CULPAM BOLSONARO POR INFLAÇÃO, DIZ PODERDATA
Pesquisa PoderData realizada de 22 a 24 de maio de 2022 mostra que 42% da população culpam o presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo aumento recente de preços no Brasil.
Outros 18% acham que a culpa é dos governadores dos Estados. A pandemia de coronavírus é citada por 16%, e a guerra entre Rússia e Ucrânia, por 9%.
A inflação no Brasil está em 12,1% no acumulado de 12 meses, maior patamar desde outubro de 2003.
Os apoiadores de Bolsonaro, aqueles que aprovam seu governo, tendem a culpar mais os governadores pelo cenário econômico. Nesse grupo, 38% fazem essa afirmação. Entre os que desaprovam a gestão federal, 68% citam o presidente como responsável.
Os resultados tendem a refletir o embate travado por Bolsonaro com os chefes Executivos estaduais. O presidente já os culpou pelo desemprego, pelos preços da gasolina e do diesel e pela fixação do ICMS –a qual chamou de “esculacho”.
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 22 a 24 de maio de 2022, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3.000 entrevistas em 301 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR-05638/2022.
Para chegar a 3.000 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
Considerando a estratificação da pesquisa, os mais pobres (46%) e os moradores da região Nordeste (47%) são os que mais culpam Bolsonaro pela alta nos preços. No Norte, está a maior parcela dos que responsabilizam os governadores pela inflação (33%).
PREJUDICADOS PELA INFLAÇÃO
Os resultados do PoderData também mostram que 76% da população brasileira relatam que tiveram a vida prejudicada pela alta recente dos preços.
Os que não percebem os aumentos são só 1%, enquanto 20% dizem que esse fator não os prejudica. Ainda há 3% que não souberam como responder o levantamento.
Seguindo a tendência da 1ª pergunta, os mais pobres (80%) e os moradores do Nordeste (81%) são os que mais relatam prejuízos com a inflação.
Entre os mais ricos, 3% dizem não ter percebido nenhum aumento nos preços, enquanto 66% se sentem prejudicados.
Dentre os itens mais caros, 47% se queixam das compras de mercado. Outros 27% citam os combustíveis e os transportes. Essa taxa era de 9% no levantamento realizado em julho de 2021.
Os que citam contas de água e luz como as que mais encareceram são 19% –eram 38% na última rodada.
Os preços do diesel e da gasolina estão em patamar recorde no Brasil, segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Considerando a estratificação da pergunta, no Sul, 60% acham que as compras de mercado ficaram mais caras. No Nordeste, 36% citam combustíveis e transporte –mesma taxa entre mais ricos, que ganham mais de 5 salários mínimos.
PODERDATA
O Poder360 e o PoderData publicam de 15 em 15 dias o PoderDataCast, voltado exclusivamente ao debate de pesquisas eleitorais e de opinião pública. O último episódio, ainda com dados da rodada passada, contou com a participação do cientista político e coordenador do PoderData, Rodolfo Costa Pinto.
METODOLOGIA
A pesquisa PoderData foi realizada de 22 a 24 de maio de 2022. Foram entrevistadas 3.000 pessoas com 16 anos de idade ou mais em 301 municípios nas 27 unidades da Federação. Foi aplicada uma ponderação paramétrica para compensar desproporcionalidades nas variáveis de sexo, idade, grau de instrução, região e renda. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. As entrevistas foram realizadas por telefone (para linhas fixas e de celulares), por meio do sistema URA (Unidade de Resposta Audível), em que o entrevistado ouve perguntas gravadas e responde por meio do teclado do aparelho. O intervalo de confiança do estudo é de 95%.
Para facilitar a leitura, os resultados da pesquisa foram arredondados. Devido a esse processo é possível que o somatório de algum dos resultados para algumas questões seja diferente de 100. Diferenças entre as frequências totais e os percentuais em tabelas de cruzamento de variáveis podem acontecer devido a ocorrências de não resposta. Este estudo foi realizado com recursos próprios do PoderData, empresa de pesquisas que faz parte do grupo de mídia Poder360 Jornalismo. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-05638/2022.
AGREGADOR DE PESQUISAS
O Poder360 mantém acervo com milhares de levantamentos com metodologias conhecidas e sobre os quais foi possível verificar a origem das informações. Há estudos realizados desde as eleições municipais de 2000. Trata-se do maior e mais longevo levantamento de pesquisas eleitorais disponível na internet brasileira.
O banco de dados é interativo e permite acompanhar a evolução de cada candidato. Acesse aqui.
As informações de pesquisa começaram a ser compiladas pelo jornalista Fernando Rodrigues, diretor de Redação do Poder360, em seu site, no ano 2000. Para acessar a página antiga com os levantamentos, clique aqui.