Dois detentos morrem, 11 ficam feridos e mulher dá a luz durante rebelião


Fogo, presos feridos, familiares desmaiados, correria, tiroteio e até um parto no Presídio do Roger, em João pessoa, capital da Paraíba. Na quinta-feira, dia 27, um dia depois que um preso foi morto e esquartejado, os cerca de 750 detentos que estão na penitenciária se rebelaram durante o horário de visitação. O saldo da rebelião, de acordo com informações oficiais repassadas pelo comandante do 1ªBatalhão da Polícia Militar, tenente coronel Jefferson Pereira, foi de dois mortos e 11 detentos feridos, encaminhados ao Hospital de Emergência e Trauma da Capital. A confusão, iniciada por volta das 12h30, foi controlada pela Polícia Militar às 13h40, mas a vigilância no presídio foi redobrada durante todo a quinta-feira.

Em coletiva, o coronel Jefferson Pereira afirmou que quando a polícia chegou ao presídio, por volta das 12h30, encontrou o detento Jean dos Santos Silva morto a pedradas. O outro presidiário, de 35 anos e que não teve o nome divulgado, morreu no Hospital de Emergência e Trauma para onde foi socorrido vítima de arma de fogo. Por causa do feriado do Dia do Funcionários Público, comemorado nesta sexta-feira, dia 28, a visita no Presídio do Roger foi antecipada para a quinta-feira e, de acordo com o comandante, os presidiários aproveitaram a oportunidade para começar a rebelião. “A confusão aconteceu entre os presos dos pavilhões 2,3 e 4 e os do 5 e 6. Eles começaram a se agredir a pedradas e a atear fogo nos colchões”, disse o coronel ressaltando que os pavilhões 2,3 e 4 ficaram foram bastante atingidos pelo fogo. Mais de 10 focos de incêndios foram controlados por equipes do Corpo de Bombeiros.

Durante o período de cerca de duas horas que durou a rebelião, familiares dos detentos, inclusive com a presença de muitas mulheres com crianças de colo, se aglomeraram na frente do presídio em busca de informações e assustados com o barulho dos tiros e com a intensa movimentação de viaturas da Polícia Militar, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192) e Corpo de Bombeiros. Muitos afirmaram que a confusão aconteceu entre as facções rivais Al-Qaeda e Estados Unidos e alguns que se tratava de uma represália por causa do assassinato e esquartejamento do detento Henrique da Silva, de 19 anos, integrante da Al-Qaeda, que ocorreu na quarta-feira, dia 26, contudo o comandante do 1ªBPM, negou que a rebelião esteja relacionada à morte do detento.

Apesar da situação ter sido controlada, a Polícia Militar vai reforçar a segurança no presídio e realizar uma operação pente-fino para apreender celulares, drogas e armas. O coronel Jéfferson afirmou que é muito provável que sejam encontradas armas brancas de fabricação caseira no local, como espetos. “Muitos presos saíram com perfuração de arma branca por isso durante a varredura elas devem ser encontradas”, disse.

Parto durante a rebelião

No meio da rebelião ocorrida na quinta-feira, a mulher de um detento, que não teve o nome divulgado, deu à luz. A mulher, que estaria no local para uma visita íntima, teria caído durante a confusão e entrado em trabalho de parto. Uma equipe do Samu foi acionada e realizou o parto dentro do presídio.