87% DOS BRASILEIROS APOIAM GREVE DOS CAMINHONEIROS E REJEITAM ALTA DE IMPOSTO E CORTE DE GASTO, DIZ DATAFOLHA
Uma pesquisa do Datafolha divulgada nesta quarta-feira (30)
mostra que 87% dos brasileiros apoiam a paralisação dos caminhoneiros, mas o
mesmo percentual rejeita cortes no orçamento e aumento de imposto para atender
às reivindicações da categoria.
O levantamento com 1,5 mil pessoas aponta que apenas 10% são
contra a paralisação dos caminhoneiros, 2% são indiferentes e 1% não soube
opinar.
Sobre a continuidade da paralisação, porém, o apoio diminui:
56% acham que ela deve continuar enquanto 42% defendem o seu fim.
A pesquisa telefônica foi feita na terça-feira (29), dia
em que os bloqueios diminuíram e os caminhões começaram a circular com mais
frequência nas estradas do país. A margem de erro do levantamento é de três
pontos para mais ou para menos.
Contra aumento de impostos
Embora seja solidário às reivindicações dos caminhoneiros,
87% dos entrevistados não concorda com as medidas encontradas pelo governo para
atender os caminhoneiros. Apenas 10% aprovaram o aumento de impostos e o corte
dos gastos federais, dentro de uma paleta bastante variada de opões.
As medidas
anunciadas pelo governo para acabar com a greve são: desconto de R$
0,46 no litro do diesel por 2 meses; estabelecimento de uma tabela de preços
mínimos por km rodado no transporte rodoviário de cargas; isenção de pedágio
para eixos suspensos e reserva de 30% dos fretes da Conab destinado a
caminhoneiros autônomos.
O desconto no diesel vai custar R$
9,5 bilhões até o fim do ano. Uma parte desse valor vai ser compensada
por corte
de despesas e por uma reserva do orçamento. O governo também cogitou aumentar
tributos, mas um dia depois voltou
atrás.
Negociação
A avaliação sobre a condução da negociação entre o governo
Michel Temer e os caminhoneiros também foi alvo da sondagem: 77% desaprovaram,
16% acham que foi regular, 6% aprovaram e 1% não souberam avaliar.
Para 96%, Temer demorou para negociar, contra 3% que
consideram que o presidente o fez no momento correto.