PREÇOS EM FEIRAS LIVRES DISPARAM, MOVIMENTAÇÃO DIMINUI E VENDEDORES TEMEM A CONTINUIDADE DA GREVE





No sétimo dia da greve dos caminhoneiros, os reflexos da falta de alimentos nas bancas de feiras livres do Rio são ainda mais evidentes. A tradicional feira na Rua Lineu de Paula Machado, no Jardim Botânico, Zona Sul, teve baixa movimentação na manhã deste domingo (27). As hortaliças estão mais que o dobro do preço e frutas como a banana, por exemplo, são comercializadas com o preço quase três vezes maior.
O vendedor de coco, Alberto Gonçalves, de 58 anos, trabalha há mais de 40 anos na feira e garante que nunca viu uma situação tão crítica.
“Eu não gosto de trabalhar assim não. Não tem nada. Olha meu carro como está vazio. Se continuar isso aí, não sei como vai ser não. Vamos rezar para melhorar isso. O coco aumentou na roça R$2. Eu pegava R$2, agora estou pagando R$4. Nunca vi uma coisa assim. Hortaliça então, está impossível. Só quem tem Horta em casa mesmo. Está feia a coisa", conta.
Vendedor de coco diz que nunca viu uma situação tão crítica

A cliente Célia Souza, de 66 anos, disse que veio pesquisar os preços e se assustou com os valores cobrados. "Banana R$15 ? Onde já se viu? O preço está três vezes mais caro. Estou levando ovos porque ainda está com preço normal. Mas tem muita coisa que deixei de comprar aqui", lamenta.
O G1 percorreu a feira e percebeu um aumento no valor das verduras e frutas. A couve, que normalmente custa uma média de R$4, segundo uma cliente, estava custando R$10 na feira. O coentro está custando R$8. Em dias normais, o produto não passaria dos R$4, segundo o feirante.
A banana prata era vendida por R$15. Sem a greve, e com os caminhões conseguindo abastecer os feirantes, a mesma banana custaria R$6 a dúzia.