CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DERROTADOS NO 1º TURNO VOTAM NESTE DOMINGO
Os candidatos à Presidência derrotados no primeiro turno
foram às urnas neste domingo (28) para escolher entre Fernando
Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL).
Terceiro e quarto colocados, Ciro Gomes e Geraldo
Alckmin votaram em Fortaleza e São Paulo, respectivamente. Marina Silva,
que chegou a ficar em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, votou em
Rio Branco.
Ciro Gomes (PDT)
Ciro
votou no início da tarde em Fortaleza. Após o voto, o candidato derrotado
falou com jornalistas. Ele negou estar neutro um dia depois de declarar, em
vídeo, que não
queria tomar lado na disputa.
"Eu não tô neutro, não. Desde a primeira hora, eu tomei
posição. Eu não quero é fazer campanha com o PT, nunca mais", disse.
Ciro Gomes diz que não quer tomar lado, que se deve votar
com a democracia
Ciro ressaltou que fará oposição a qualquer um dos eleitos
neste segundo turno. "Minha posição é a mesma de antes. Se que quisesse
aderir a alguma das duas forças eu teria feito antes. O Brasil precisa
desesperadamente desarmar essa bomba da confrontação miúda que vem destruíndo a
economia brasileira", afirmou.
O pedetista terminou o primeiro turno da eleição
presidencial em terceiro lugar, atrás de Bolsonaro e Haddad. Ele obteve 12,47%
dos votos válidos e foi o candidato mais votado no Ceará, onde conseguiu 40,95%
dos votos.
Geraldo Alckmin (PSDB)
Quarto colocado no primeiro turno com 4,76% dos votos
válidos, Alckmin
votou ainda durante a manhã no Colégio Santo Américo, na Zona Sul de São
Paulo ao lado da mulher, Lu Alckmin.
O ex-governador conversou com jornalistas na saída do local
de votação. Questionado se escolheu Haddad ou Bolsonaro, Alckmin desconversou.
"Todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido. Hoje quem fala
é o eleitor e nós devemos ouvir, qualquer que seja o resultado", disse.
Geraldo Alckmin vota no colégio Santo Américo, na Zona Sul
de SP
Alckmin não acompanhou o correligionário João Doria (PSDB),
candidato ao Governo de São Paulo, que também votou na manhã deste domingo.
Diferentemente do ex-presidenciável, que se manteve neutro na disputa
presidencial do segundo turno, Doria declarou voto em Bolsonaro.
Com Alckmin, o PSDB – que conseguiu eleger Fernando Henrique
Cardoso ainda no primeiro turno em 1994 e 1998 – teve o pior resultado em
eleições presidenciais. A sigla chegou ao segundo turno em todas as votações
entre 2002 e 2014, sendo derrotada pelos candidatos do PT. Em 1989, Mario Covas
ficou em quarto lugar, a mesma colocação de Alckmin, mas obteve maior
percentual de votos: 11,5%.
Marina Silva (Rede)
A candidata derrotada da Rede à Presidência da
República, Marina
Silva, votou por volta de 9h20 (11h20 em Brasília) no Instituto de
Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Rio Branco, capital do Acre.
Na segunda-feira (22), Marina
havia declarado "voto crítico" em Fernando Haddad, seguindo
recomendação da Rede em "nenhum voto em Jair Bolsonaro". Ela não
voltou a declarar, nominalmente, o voto no candidato do PT, mas afirmou que ele
"não tem um discurso odioso em relação aos grupos vulneráveis".
"O professor Fernando Haddad, pelo menos, como eu disse
no meu voto, não faz uma discussão odiosa contra índios, negros, contra o meio
ambiente. É preciso que reconheçam erros graves que foram praticados mas, nesse
momento, temos que estar atentos para aquilo que está acima de nós. Não é o
momento de ficar olhando para o nosso próprio interesse, eu sempre dizia que
nessa campanha eu ia oferecer a outra face", comentou neste domingo.
Marina Silva obteve apenas 1% dos votos no primeiro turno e
ficou na oitava colocação – atrás de Ciro, Alckmin, Amoêdo, Daciolo e
Meirelles, além de Bolsonaro e Haddad. A ex-senadora chegou a figurar na
segunda colocação das pesquisas de intenção de voto no início da campanha, mas
a candidatura perdeu fôlego. Em 2010 e em 2014, Marina terminou a disputa
presidencial em terceiro lugar.