INCRÍVEL, PORÉM VERDADEIRO: ÁGUAS DO SÃO FRANCISCO CHEGARÃO AO CEARÁ ATÉ DEZEMBRO PRÓXIMO E O RN FICA DE FORA
Aquele cenário de veículos parados, funcionários deitados em
horário de trabalho por falta de equipamento e movimentação pequena nos
canteiros de obras mudou. Desde que o consórcio Ferreira Guedes - Toniolo,
Busnello assumiu as obras da primeira etapa do Eixo Norte do Projeto de
Integração do Rio São Francisco (PISF), em maio, o número de contratações
aumentou e o ritmo foi alterado.
Segundo o Ministério da Integração Nacional, mais de 1.900
homens trabalham na Meta 1N em Salgueiro (PE) e Penaforte (CE).
A Pasta afirmou que as frentes de serviço estão atuando em
turno de 24 horas para garantir o cumprimento do cronograma. A informação foi
confirmada pela equipe do Diário do Nordeste, com os moradores das
comunidades próximas às obras.
A promessa é que, até o fim de 2018, a água do “Velho Chico”
chegue em solo cearense. Com 96% de avanço físico, o Eixo Norte, quando
concluído, poderá assegurar o abastecimento para 7,1 milhões de pessoas nos
estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
O Eixo Norte tem, ao todo, 260 quilômetros de extensão,
distribuídos em três etapas: 1N, 2N e 3N. São três estações de bombeamento, 15
reservatórios, oito aquedutos e três túneis. No último mês de julho, os testes
da terceira estação de bombeamento (EBI-3), em Salgueiro - a maior estação
elevatória de toda a Integração do São Francisco, foram iniciados.
Naquele mesmo mês, foi concluída a escavação do túnel
Milagres, na divisa entre Ceará e Pernambuco. A estrutura possui quase 1 km de
extensão e 9 m de diâmetro. Estes dois locais são considerados os pontos mais
complexos da obra.
As águas do São Francisco já avançam por 80 quilômetros dos
canais do Eixo Norte até a EBI-3. Mas ainda há muita coisa a ser feita, como o
piso e acabamento interno do túnel, que já foram iniciados e sua obra vara a
madrugada, incomodando, inclusive, os moradores da comunidade de Montevidéu, em
Salgueiro (PE), por causa do barulho produzido pelo sistema de
ventilação.
Além disso, muitos trechos ainda não foram canalizados ou
tiveram que ter as placas recolocadas. Às margens da BR-116, duas pontes estão
em construção, mas ali o ritmo é lento. No Sítio Lagoa Preta, em Penaforte, por
exemplo, cerca de 10 homens trabalham no serviço. Mais à frente, pouco antes do
limite com o município de Jati, outra estrutura segue em execução, mas com um
número pequeno de trabalhadores. Uma terceira ponte, no Sítio Juá, esteve
abandonada a poucos dias, segundo os moradores.