FABRÍCIO BOLIVEIRA, DE ’SEGUNDO SOL’: ‘FALTAM PAPÉIS CENTRAIS PARA NEGROS’
Fabrício Boliveira é um dos poucos atores negros da novela Segundo
Sol, da Globo, e o de papel mais destacado no folhetim. Antes mesmo de
estrear, a trama de João Emmanuel Carneiro — que se passa na Bahia — foi notificada pelo Ministério Público pela falta de representação
racial, especialmente por se passar em uma cidade tão plural quanto
Salvador, que não retrata com fidelidade. “Foi um sinal dos tempos. A novela
pintou a Bahia de um jeito, e a população notou que aquele retrato não
condizia com a realidade”, cravou o ator em entrevista a VEJA.
Para ele, faltam papéis centrais para negros no cinema e na
televisão. “É uma questão de identidade do país. O movimento negro está
crescendo, as pessoas estão mais preparadas para ter essa discussão e as
obras precisam estar abertas ao diálogo”, comenta. “Até o Oscar está falando
em representatividade, por que o Brasil, um país formado majoritariamente
por negros, vai ficar para trás?”