STF AVALIA DIVIDIR FUNDO BILIONÁRIO DA PETROBRAS COM OUTRAS ÁREAS ALÉM DA EDUCAÇÃO
Os mais de R$ 2,5 bilhões que a Petrobras deverá
aplicar no Brasil como reparação por fraudes na estatal terão uma parcela
destinada para a Educação, segundo fontes do Supremo
Tribunal Federal (STF).
Conforme o blog apurou, no entanto, nem toda a quantia
deverá ser destinada para a pasta. O recurso também deve ser dividido entre
saúde e segurança, indicam técnicos que estudam o caso.
Na semana passada, durante
café com jornalistas, o presidente Jair
Bolsonaro reafirmou contar com o dinheiro da multa para contrapor
o corte
na educação.
O governo tem a intenção de destinar “grande parte ou todo o
valor da multa da Petrobras acordada com a Lava Jato ao Ministério da
Educação”, como também declarou o presidente em uma rede social.
Mas o STF pode decidir pela divisão deste valor, segundo
fontes da Corte. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.
Acordo para devolver US$ 853 milhões
A Petrobras fechou acordo com as autoridades norte-americanas
para devolução aos investidores de US$ 853 milhões como reparação por fraudes
na estatal. Esse
acordo prevê aplicação de US$ 682 milhões no Brasil — o valor foi
convertido em real e depositado em uma conta judicial, mas está bloqueado.
Após o acordo nos Estados Unidos, a
Força Tarefa da Lava
Jato do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná fechou outro
compromisso com a Petrobras para definir a forma de aplicação dos valores.
Pelo texto, metade do valor (cerca de R$ 1,25 bilhão) seria
aplicado em um fundo patrimonial a ser gerido por uma fundação privada para
distribuir os rendimentos a projetos de combate à corrupção e promoção da
cidadania e da integridade.
STF decidirá sobre uso do dinheiro
Embora a Força Tarefa tenha voltado
atrás sobre o fundo privado após críticas, o acordo entre a estatal e o
MPF foi
totalmente suspensopor decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Agora, o Supremo vai decidir como o dinheiro será utilizado.
O ministro Paulo Guedes, da Economia,
já defendeu o uso exclusivo para educação. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, sugeriu
que os valores sejam destinados ao Fundo Penitenciário (Funpen). A Advocacia Geral da União (AGU)
fez proposta ao Supremo para melhoria do sistema prisional.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
apontou a necessidade de investir em educação, mas ainda não opinou formalmente
sobre a destinação dos valores.
Atualmente, a equipe do ministro Alexandre de Moraes analisa
as possibilidades e aguarda estudos de viabilidade orçamentária.
Se houver acordo no governo federal sobre a aplicação do
dinheiro, o ministro Moraes poderá decidir sozinho sobre a destinação dos
recursos do fundo bilionário. Se cada ramo do governo pedir uma destinação, é
possível que uma decisão final caiba ao plenário do STF.