AMÉRICA PODE CONSEGUIR TÍTULO DA SÉRIE D CONTRA O POUSO ALEGRE


Um feito histórico. Isso é que América e Pouso Alegre vão buscar na partida de hoje, marcada para às 16h, no estádio Manduzão. A conquista do primeiro título nacional é de suma importância para jogadores, comissão técnica e diretoria que terão a oportunidade de gravar de vez os seus nomes na história dos seus respectivos clubes. Então neste domingo, mais que uma taça, estará em jogo um passo definitivo para eternidade.

Com a vantagem aberta na primeira partida realizada na Arena das Dunas, o clube potiguar vai entrar em campo como franco favorito à conquista do título da Série D. De acordo com o site especializado em estatística do futebol Chance de Gol, a probabilidade de o Alvirrubro voltar de Minas Gerais com a taça, chega a casa dos 91,4%. O Pouso Alegre, que também possui uma história centenária (109 anos) reúne um pouco mais de 8% de probabilidade para chegar ao título, mesmo com a vantagem de realizar o jogo final em casa.

A explicação para a imensa distância entre os números é embasada no histórico dos próprios clubes dentro da competição. O América pode ser campeão com até três resultados: vitória, empate ou derrota por até um gol de diferença. Já o rubro-negro do sul de Minas Gerais tem as alternativas de vencer por três ou mais gols de diferença, para arrancar a conquista das mãos dos adversários dentro do tempo regulamentar ou devolver os 2 a 0, registrados em Natal, para ter o direito de decidir a sorte na cobrança de pênaltis.

O agente complicador para os donos da casa, é que essa será a primeira vez que ele vai entrar em campo necessitando reverter uma boa vantagem do oponente, este ostenta uma diferença de placar que a equipe mineira só conseguiu fazer em três oportunidades dentro da competição: diante do URT, dia 03/7 pela 12ª rodada da primeira fase, contra o Operário-MT, no dia 30/07, no primeiro mata-mata, ambos como mandante, além dos 2 a 0 sobre o ASA, em Arapiraca, pelas quartas de final, no dia 21/8.

Para complicar ainda mais a situação do Pouso Alegre, ele vai enfrentar a equipe com a defesa menos vazada do Brasileirão e que, em toda temporada, só perdeu uma partida pela diferença que é exigida ao adversário do duelo de hoje. Apenas o ABC, na final do Campeonato Estadual e o Potyguar de Currais Novos, conseguiram vazar a zaga americana com dois ou mais gols. Na Série D, nenhum oponente conseguiu a mesma façanha. A equipe do interior do RN fez 3 a 2 na estreia dos clubes na competição local e o Alvinegro mandou um 4 a 2 na final da competição estadual.

No histórico americano na Série D, ele sempre vem enfrentando equipes que se destacam com a melhor defesa ou melhor visitante e os potiguares vêm superando degrau a degrau todas as dificuldades encontradas. Dessa vez ele terá pela frente outra equipe que ainda não perdeu em casa, mas o meio-campista Felipinho esbanja confiança na força americana.
Adriano Abreu
Torcedores vivem a expectativa pela conquista da Série D

“Temos de ver a qualidade das equipes que esses clubes estão enfrentando para se manter tanto tempo invicto ou ser o melhor visitante. Não é querendo me gabar, mas o América tem uma força que mexe com qualquer adversário. Somos muito fortes e tivemos um aproveitamento muito bom atuando como mandante, bem como estamos conseguindo manter uma boa regularidade na condição de visitante. Nessa final não precisamos fazer nada diferente do que já fizemos diante do Caxias, São Bernardo e o Jacuipense. Se mantermos esse desempenho, a chance de sair de campo com o título será muito grande”, ressaltou Felipinho, que vive a expectativa de largar como titular hoje, apesar de nas partidas na casa dos adversários, Leandro Sena optar sempre por uma escalação mais conservadora, reforçando o poder de marcação no meio de campo.

Comando

Uma máxima popular diz o seguinte: “quem espera, sempre alcança!” e o momento vivido por Leandro Sena, prestes a levar o América a sua maior conquista em termos nacionais, retrata muito bem o dito popular. Ele assumiu o comando do clube às vésperas da fase semifinal da Copa Cidade do Natal (primeiro turno do Estadual), chegou a perder o cargo, voltou a atuar como auxiliar técnico e esperou o tempo passar. Primeiro chegou Edson Vieira, que por não ter sido imunizado contra Covid-19, ficou apenas uma semana no cargo, na sequência a diretoria trouxe João Brigatti, que não conseguiu fazer a equipe decolar e, após oito partidas, dentro do grupo 3 foi comandar o Manaus. A sorte do América mudou depois que Sena foi fixado por Souza no comando do grupo.
Adriano Abreu
Depois de comandar o clube até o acesso, Sena quer o título

Com dificuldade para contratar, ele avalizou a chegada de Iago, apontando que o atleta seria importante para o clube, caso conseguisse recuperar o futebol depois de uma fase de baixa. Aos poucos ele foi trabalhando a formação do grupo, que deu liga a partir do duelo contra o Sousa-PB, quando bateu os paraibanos de virada e conseguiram se classificar na segunda colocação do grupo C. Dali para frente foi só administrar.

Na sequência, veio logo o jogo da vingança diante da Jacuipense, que já havia eliminado o Alvirrubro no mata-mata das oitavas de final em 2019. No jogo de ida, o América bateu os baianos por 1 a 0, no estádio Eliel Martins-BA, e segurou o empate na Arena das Dunas. Nas quartas de final, o adversário foi o Moto Club, Sena conduziu os potiguares a classificação com duas vitórias: 2 a 1, em Natal, e 1 a 0, no Maranhão. Nas quartas de final veio o Caxias, naquele que foi o maior desafio americano. O primeiro encontro foi 1 a 0 para os gaúchos, mas os potiguares acabaram conquistando a classificação para as semifinais e o acesso com uma vitória por 3 a 1, no jogo da volta, com Téssio marcando o gol nos minutos finais da partida, A vaga na final foi conquistada também com duas vitórias sobre o São Bernardo: 2 a 0 em Natal e 1 a 0 em São Paulo.

Ao conquistar a classificação para a Série C do próximo ano, Leandro Sena fez questão de agradecer a confiança apresentada pelo presidente Souza, que determinou sua efetivação no cargo num momento decisivo para o clube. Além do treinador, o presidente também colocou de volta no clube Carlos Moura, para gerenciar a equipe e seguiu mantendo os pés no chão e gastando apenas o que o Alvirrubro conseguiu arrecadar.