NO ÚLTIMO GRANDE ATO DE CAMPANHA, LULA REFORÇA CONFIANÇA EM VITÓRIA NO 1º TURNO


O ex-presidente
Lula (PT), líder da disputa pelo Palácio do Planalto, reforçou nesta segunda-feira 26 sua confiança na possibilidade de vencer a eleição no primeiro turno, em 2 de outubro. O petista realizou o último grande ato de sua campanha, em São Paulo, com artistas e intelectuais.

Marcaram presença ou participaram virtualmente, entre outros, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Pabllo Vittar, Paulo Miklos, Daniela Mercury, Paulo Vieira, Emicida, Margareth Menezes, Duda Beat, Walter Casagrande, Djamila Ribeiro, Itamar Vieira Júnior, Lilia Schwarcz, Silvio Almeida, Johnny Hooker, Fabiana Cozza, Vladimir Brichta, Júlia Lemmertz e Claudia Abreu.

Entre os destaques internacionais estavam os atores Mark Ruffalo e Danny Glover e o cantor Roger Waters.

Aliados políticos como Dilma Rousseff (PT), André Janones (Avante), Marina Silva (Rede), Manuela D’Ávila (PCdoB), Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) também acompanharam o ex-presidente.

“Estamos a um passo da vitória em 2 de outubro. Falta um tiquinho, só um tiquinho. Nesses poucos dias que restam, é preciso trabalhar para conquistar o voto de todos aqueles que amam a democracia”, afirmou Lula em seu discurso no Anhembi.

O petista declarou que esta é a eleição “mais importante das nossas vidas” e enalteceu sua aproximação com Alckmin. Também exaltou uma ampla coligação com 10 partidos e o apoio recente de outros antigos adversários. Pouco antes do evento, veio a notícia de que o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa gravou vídeos em apoio à candidatura de Lula.

“Basta de tanto ódio, de tanta destruição, de tantas mentiras, de tanto sofrimento e de tantas mortes. Vamos agora mesmo, no dia 2 de outubro, reconstruir o País que sonhamos e no qual merecemos viver e criar nossos filhos.”

Trata-se da intensificação da busca pelo chamado “voto útil”, ou seja, da tentativa de atrair eleitores de outros candidatos, como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), a fim de sacramentar uma vitória ainda na primeira rodada.

Em seu pronunciamento, Lula relembrou o avanço da fome no Brasil, prometeu combatê-la e acrescentou que “ela nunca mais voltará a assombrar os lares das famílias brasileiras”.

Entre os compromissos mencionados no evento, estão o investimento em infraestrutura; a retomada do Minha Casa, Minha Vida; uma política de aumento real do salário mínimo; o Bolsa Família de 600 reais com 150 reais a mais para cada criança de até 6 anos; um programa de renegociação de dívidas para limpar o nome de brasileiros; a correção de “distorções” no Imposto de Renda; a volta do investimento em pequenos e médios produtores rurais e na agricultura familiar; e a oferta de crédito a juros baixos para empreendedores.

Lula também projetou assegurar os direitos de trabalhadores de aplicativos, garantir que os bancos públicos financiem micro, pequenas e médias empresas, retomar as merendas de qualidade para as crianças, incentivar mecanismos de acesso à educação e reativar “as boas políticas de saúde”, com o fortalecimento do SAMU, das UPAs e do Farmácia Popular.

Em críticas diretas a Jair Bolsonaro (PL), o petista declarou que extinguirá o orçamento secreto e que “não haverá sigilo nas contas públicas, nem de 100 anos, nem 10 anos e nem de um dia”. Segundo ele, “o Portal da Transparência voltará a funcionar e a Lei de Acesso à Informação será cumprida”.

“No primeiro dia de governo, faremos um decreto para acabar com esse sigilo de 100 anos, porque eu quero ver o que esse cidadão está escondendo do povo brasileiro.”

No discurso, Lula também mencionou a importância de “fortalecer as empresas nacionais estratégicas, a exemplo da Petrobras”, e de “cuidar da Amazônia e de todos os nossos biomas, recuperando os órgãos de preservação e fiscalização, como Ibama, ICMBio, Inpe, Conama e Funai”.

A mais recente rodada da pesquisa Ipec, divulgada nesta segunda 26, indica uma oscilação positiva para Lula, que mantém chances reais de vencer a disputa no primeiro turno. Quando considerados apenas os votos válidos – ou seja, descontados os votos em branco e os nulos – o ex-presidente vai a 52%, enquanto Bolsonaro tem apenas 34%.