“EU QUE MANDO”: ÁUDIOS MOSTRAM ASSÉDIO MORAL DE PEDRO GUIMARÃES NA CAIXA; OUÇA


Além das denúncias contra o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães por assédio sexual, uma série de gravações obtidas pelo portal Metrópoles mostra também o assédio moral por parte dele contra funcionários do banco.

Os áudios exibem situações em que Guimarães usou o cargo de presidente da Caixa para constranger subordinados. Ele, que pediu demissão nesta quarta (29) em razão das denúncias, detestava ser contrariado.

Pedro costumava elevar a voz e usar palavreado grosseiro para reagir a decisões tomadas pelos servidores que o desagradavam.

Em uma teleconferência no fim do ano passado, ele diz que os executivos do banco estariam trabalhando contra ele e contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), e que eles mereciam “se fuder” com um eventual retorno do ex-presidente Lula (PT) ao poder. Ouça:

“Pau mole”

Na mesma reunião, o então presidente da Caixa pede para o vice, Celso Leonardo Derziê Barbosa, um amigo pessoal que ele colocou no cargo, para anotar o CPF de todos os funcionários presentes na conferência, para que fossem demitidos caso o teor da conversa vazasse.

Celso Leonardo é apontado pelas denúncias como o diretor encarregado de promover a perseguição interna contra os servidores que desagradavam ao amigo.

Guimarães diz que Álvaro Pires, chamado de Vreco, outro amigo dele levado para o banco e que trabalhava como assessor do gabinete da presidência, é “pau mole” e não teria coragem de adotar as providências que ele pediu para Celso. Ouça esse trecho:

“Caguei para a opinião de vocês”

Em outro trecho das gravações, ele afirma não se importar com a opinião dos subordinados e reclama das decisões que haviam sido tomadas no banco sem passar pelo seu crivo.

“Caguei para a opinião de vocês, porque eu que mando. Não estou perguntando. Isso aqui não é uma democracia, é a minha decisão”, diz. Escute:

No áudio abaixo, em que ele ameaça de demissão os funcionários que tomarem decisões sem consultá-lo, o tom é semelhante: