PV TEM DIFICULDADE DE UNIFICAR DECISÃO SOBRE APOIO AO SENADO

George Soares diz que aindanão há uma decisão tomada

Integrante da federação partidária “Brasil da Esperança” no Rio Grande do Norte com PT e PC do B, o Partido Verde (PV) decidiu, em reunião da Executiva, apoiar a pré-candidatura a senador do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), mas precisa, ainda, do respaldo político da bancada de quatro deputados na Assembleia Legislativa, pois uma parte está propensa a apoiar a pré-candidatura do deputado federal Rafael Motta (PSB) ao Senado Federal.

O deputado estadual Vivaldo Costa declarou ontem, à TRIBUNA DO NORTE, que “em nome da unidade partidária, acompanhará a decisão da Executiva Estadual”, que no sábado (18), decidiu por 12 a 10 votos dos membros de sua Executiva Estadual, oficializar apoio a Carlos Eduardo para senador.

A bancada do PV participou, na noite de ontem, de uma reunião híbrida (presencial e virtual) que oficializou a composição da federação, mas o deputado Hermano Morais já havia se queixado de que nem ele e nem os seus colegas participaram da reunião do dia 18. “Com todo respeito à direção do partido, fomos avisados, pelo menos eu, através de um assessor tarde da noite da sexta-feira (17)”.

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Hermano Morais lamenta ausência de participação dos deputados na decisão

Hermano Morais questionou o aviso em cima da hora, porque, afora os festejos juninos no interior, os deputados estão em pré-campanha eleitoral e, geralmente, nos fins de semana estão visitando bases políticas em Natal e no interior do Estado. “Ficamos sabendo pela imprensa do resultado da reunião, caberiam as presenças numa decisão tão importante, daqueles que representam o partido no Poder Legislativo”.

Ex-líder do governo na Assembleia, o deputado George Soares disse antes de ingressar na reunião de oficialização da federação “Brasil da Esperança”, que iria se reunir com o seu grupo político no município do Assu, sua principal base eleitoral, para decidir o caminho a ser tomado em relação ao Senado Federal: “Não temos nada definido, não vou tratar disso agora, não tive tempo ainda”.

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Vivaldo Costa declarou que acompanha a definição da Executiva

Mesmo assim, Soares vem afirmando que respeita a decisão da Executiva, mas admite a tendência de apoiar o deputado Rafael Motta por questões locais, pois nas eleições municipais de 2020, o parlamentar federal apoiou a reeleição do seu irmão, o médico Gustavo Soares, que ganhou o pleito por uma diferença de cinco votos contra o ex-prefeito Ivan Lopes Júnior, hoje filiado ao União Brasil, que tinha o apoio de Carlos Eduardo.

O presidente estadual do PV, vereador natalense Milklei Leite, confirmou que a comunicação aos deputados ocorreu um dia antes da reunião, mas não o fez com relação a deputada Eudiane Macedo, que um dia antes, na quinta-feira (16), perdeu o pai. “Por isso, acabamos não falando com ela”, disse o dirigente do PV.

Milklei Leite disse que outros deputados estavam com agenda no interior, e o comunicado terminou sendo feito a assessores, “porque tínhamos prazo para lançamento da federação”.

Leite também preferiu não citar, publicamente, os nomes dos membros da Executiva que votaram a favor de Carlos Eduardo ou Rafael Motta, a fim de evitar algum tipo de animosidade política interna, mas acredita que depois da decisão de sábado, o partido caminhará unificado.

O vereador ainda afirmou que, pessoalmente, “não podia ficar neutro nessa questão e declarou apoio a Carlos Eduardo”, embora tivesse deixado todos os membros da Executiva à vontade para decidir.

Ele disse que já em 28 de maio, quando se especulou que por conta de uma visita a Rafael Motta em Brasília, onde foi pedir liberações de recursos para ações de interesse para Natal e o Estado, iria apoiá-lo para senador.

No entanto, naquela mesma ocasião, segundo ele, havia declarado nas redes sociais que apoiaria Carlos Eduardo. “Eu já tinha dado a palavra e não ia mudar de opinião”, disse ele, que tinha acompanhado a bancada para também apresentá-la à direção nacional do PV.
A respeito da participação dos deputados na reunião do sábado, Leite argumentou que a reunião ocorreu entre 13 e 17 horas e a participação dos deputados poderia ter sido virtual.

Milklei Leite também justificou que é pré-candidato a deputado federal e como toda bancada estadual, tem agenda cheia nesse período de pré-campanha, mas entende que algum deputado termine não acompanhando a decisão da Executiva, mesmo que seja “uma posição isolada”.