‘PALAVRAS DE TEMER ESTÃO COM POUCA CREDIBILIDADE’, DIZ MAIA



O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta 6ª feira (25.mai.2018) a decisão do presidente de Michel Temer de autorizar o uso das Forças Armadas para desobstruir vias bloqueadas pelos protestos dos caminhoneiros.
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 “[Chamar] o Exército era desnecessário. Não parece o passo correto nesse momento. Desobstruir as estradas é uma coisa. Usar Forças Armadas é outra. As Forças Armadas devem ocupar outro papel”, falou.
anúncio de uso das forcas federais foi feito no início da tarde desta 6ª. As manifestações chegaram ao 5º dia seguido e prejudicam o deslocamento e abastecimento no país.
Para Maia, a população não tem confiança nas falas de Temer. “Infelizmente, as palavras do presidente estão tendo pouca credibilidade com a sociedade. É claro que qualquer coisa radical é ruim”.
O presidente da Câmara afirmou que o governo precisa entender que o cidadão comum ainda não sentiu a melhora da economia. “O Brasil sai da recessão no governo do presidente Temer, mas, do ponto de vista de melhora da qualidade de vida das famílias, não aconteceu nada”, disse.
“É isso que falta para o governo: entender que os números melhoraram em relação ao governo Dilma, mas a vida não melhorou”, acrescentou.
Maia defendeu a manutenção de Pedro Parente na presidência da Petrobras por ser “1 ótimo quadro” e voltou a reafirmar apoio ao corte do Pis/Cofins sobre o diesel. A redução foi incluída no projeto para reonerar a folha de pagamento de setores econômicos. O texto foi aprovado pela Câmara na 4ª feira. “Não é possível que a sociedade pague a conta da incompetência e  irresponsabilidade do governo”, falou.
O ACORDO
Para convencer os caminhoneiros a cessarem os protestos, o governo se comprometeu, entre outros pontos, a zerar a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre o diesel até o fim do ano.
A União garantiu também que os reajustes dos combustíveis sejam feitos a cada 30 dias, e não mais diariamente, até o fim de 2018. Estima-se que a compensação financeira da União à Petrobras pela mudança custará cerca de R$ 5 bilhões aos cofres públicos.
Parte da categoria, entretanto, não concorda com as condições negociadas. Na manhã desta 6ª, motoristas de caminhões mantiveram protestos em todas as unidades da federação.