TRAGÉDIA DE MINAS GERAIS AMEAÇA REPETIR-SE NO RN, ONDE EXISTEM CINCO BARRAGENS COM RISCO DE ROMPIMENTO
A tragédia do rompimento da barragem de Brumadinho (MG), com
mais de 300 desaparecidos até o momento, ameaça cinco (barragens) localizadas
no Rio Grande do Norte.
Um levantamento da Agencia Nacional de Águas (ANA), de
novembro de 2018, indica que 45 barragens no país tinham sério risco de
rompimento, cinco (5) delas situadas no Estado do Rio Grande do Norte.
O risco de comprimento, segundo o relatório, está
relacionado com riscos por causas variadas, que vão da negligência
ao desrespeito a padrões de segurança, com o excessivo prolongamento da vida
útil das estruturas.
Foi assim em casos como o de Cataguazes, ocorrido em
2003, e o de Mariana, em 2015.
Agora, Brumadinho (MG).
RN tem cinco barragens preocupantes
Cinco barragens do Rio Grande do Norte estão em situação de
vulnerabilidade, ou seja, apresentam danos em suas estruturas e preocupam os
órgãos fiscalizadores.
A informação está no Relatório de Segurança das Barragens
(RSB) 2017 da Agência Nacional de Águas (ANA), divulgado em outubro de 2018.
O estudo aponta que os reservatórios potiguares que mais
preocupam são de Barbosa de Baixo (Caicó), Riacho do Meio (Equador), Passagem
das Traíras (Jardim do Seridó), Marechal Dutra (Acari) e Calabouço (Passa e
Fica).
A Agência Nacional de Águas alertou que a barragem Passagem
das Traíras, que fica em Jardim do Seridó, apresenta desagregação do concreto e
descontinuidade no maciço rochoso na ombreira direita.
O reservatório está operando com restrição limitando a cota
de operação em 185m, de acordo com a ANA. O valor estimado para o conserto é de
R$ 1.170.000
O Açude Gargalheiras ou Marechal Dutra (nome oficial), em
Acari, um dos mais populares do Rio Grande do Norte, tem fissuras ao longo da
sua galeria e do maciço. Para a recuperação, o investimento necessário estimado
pela Agência é de R$ 2.840.000.
Já a barragem Calabouço, na cidade de Passa e Fica,
apresenta trincas ao longo do coroamento e não tem estrutura de descarga de
fundo.
O relatório apontou que a situação de manutenção é precária,
contudo não estumou os custos para reparar os danos.
No RN há, ainda, necessidade de recuperação de outros dois
reservatórios: Carnaúbas e Boqueirão.
Os dois açudes apresentam problemas hidromecânico nas
comportas. A crise fiscal que o Estado atravessa impediu que os reparos fossem
providenciados, até o momento.
Privadas
Os açudes de Barbosa de Baixo e de Riacho do Meio são de
propriedade privada, que também foram inspecionadas pelo Instituto de Gestão
das Águas do RN (Igarn) e têm danos na estrutura.
A primeira está com erosão entre o maciço e o muro lateral
direito, e a segunda com percolação na fundação.
Números no Brasil
O número de barragens apontadas como mais vulneráveis no
país subiu de 25 em 2016 para 45 em 2017.
A maioria dos casos apresenta problemas de baixo nível de
conservação, mas há outros motivos como insuficiência do vertedor e falta de
documentos que comprovem a estabilidade da barragem.
Das 45 barragens, 25 pertencem a órgãos e entidades
públicas.