COAF MOSTRA QUE FLÁVIO BOLSONARO PAGOU TÍTULO DE R$ 1 MILHÃO, DIZ TV
Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf) mostra que o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)
pagou um título bancário da Caixa Econômica Federal no valor de R$ 1.016.839. O
novo trecho do documento foi revelado neste sábado, pelo Jornal Nacional,
da TV Globo.
Segundo a reportagem, o Coaf não conseguiu identificar o
favorecido pelo pagamento feito pelo filho do presidente da República, Jair
Bolsonaro. Também não há data e nenhum outro detalhe da transação.
De acordo com o relatório do Coaf divulgado pela TV
Globo, Flávio Bolsonaro recebeu 48 depósitos de dois mil reais em dinheiro em
sua conta pessoal no intervalo de um mês em 2017. Segundo o documento, as
transações, que somaram 96.000 reais, foram feitas no caixa eletrônico da
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro entre junho e julho daquele ano. A
suspeita, segundo a reportagem, é de que funcionários do gabinete de Flávio
devolviam parte dos salários, numa operação conhecida como “rachadinha”.
As operações na conta do senador eleito são semelhantes às
feitas por Fabrício Queiroz, seu ex-assessor, que movimentou 1,2 milhão de
reais em transações suspeitas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, como
revelou o jornal O Estado de S. Paulo.
A investigação sobre a movimentação financeira de Queiroz
foi iniciada há seis meses e tem como foco de apuração a suspeita de prática de
lavagem de dinheiro ou “ocultação de bens, direitos e valores” no gabinete do
filho do presidente na Alerj.
O documento foi produzido por técnicos do Coaf há um ano, em
janeiro de 2018, e anexado aos autos da Operação Furna da Onça – que em
novembro do ano passado prendeu dez deputados estaduais do Rio suspeitos de
receberem propina.
Na última quinta-feira, 17, o vice-presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, atendeu a um pedido de Flávio
Bolsonaro e determinou a suspensão da investigação.
O relator do caso, Marco Aurélio Mello, vai analisar a
reclamação do senador eleito e já indicou que deve negar o pedido após o fim do
recesso do Judiciário.