TSE RECEBE LISTA DE GESTORES PÚBLICOS QUE TIVERAM CONTAS REJEITADAS PELO TCU
A relação dos nomes de gestores públicos que tiveram suas
contas julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nos últimos
oito anos foi entregue nesta quinta-feira (26) ao presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux. Atualizada na data de hoje, a
lista inclui o nome de 7.431 pessoas. Esse número poderá sofrer alteração
diária na medida em que ocorrer o trânsito em julgado dos processos de contas
irregulares.
“Essa lista traz os gestores de contas públicas que foram
consideradas irregulares, mas caberá ao Poder Judiciário verificar se essas
irregularidades estão, ainda, categorizadas como irregularidades insanáveis,
cometidas com vontade livre e consciente de praticar o ilícito, o que se
denomina de dolo”, esclareceu o presidente do TSE.
A jurisprudência da Corte tem entendido que a mera inclusão
do nome do administrador público na lista remetida à Justiça Eleitoral por
tribunal ou conselho de contas não gera inelegibilidade, por se tratar de
procedimento meramente informativo. Outros elementos julgados pela Justiça
Eleitoral devem ser examinados para se chegar à conclusão de que o gestor se
enquadra na alínea ‘g’ do inciso I do artigo 1º da Lei de Inelegibilidades (LC
64/90).
Segundo a norma, o responsável que tiver as contas relativas
ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade
insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão
irrecorrível do órgão competente, não pode se candidatar a cargo eletivo nas
eleições que se realizarem nos oito anos seguintes, contados a partir da data
da decisão. O interessado pode concorrer apenas se essa decisão tiver sido
suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário.
Cooperação
O ministro Luiz Fux destacou que a cooperação entre o TSE e o
TCU tem contribuído para dar transparências às contas públicas, cumprindo com
um postulado republicano. Ele relembrou os compromissos firmados em seu
discurso de posse quando assumiu a Presidência da Corte.
“Hoje nos verificamos a consagração de dois princípios
básicos. O princípio republicano, na medida em que nós damos contas à cidadania
e à sociedade de como é gerido o dinheiro público. Em segundo lugar, nós
consagramos aquilo que denominamos de moralidade dos pleitos eleitorais”,
frisou.
Nesse sentido, o ministro informou que as próprias
plataformas virtuais (WhatsApp, Facebook e Google) estão tomando, de antemão,
todas as providências a que se comprometeram com o TSE no combate à propagação
das fake news. “O Direito não convive com a mentira”, declarou.
Por outro lado, Fux reforçou que o Tribunal continuará sendo
inflexível com aqueles que são considerados “fichas sujas”, ou seja, aqueles
que já incidiram nas hipóteses de inelegibilidade. “Ficha suja está fora do
jogo democrático”, afirmou.
O presidente do TCU, ministro Raimundo Carreiro, por sua
vez, ressaltou que “o caminho para promover o fortalecimento do controle
externo sobre as contas públicas, e garantir a efetividade da Lei da Ficha
Limpa na disputa eleitoral passa, necessariamente, pelo intercâmbio de
informações entre as instituições, pela parceria e cooperação com alto nível,
pela junção de esforços no combate à corrupção, à fraude eleitoral e à
improbidade administrativa”.
Confira a lista de gestores públicos com contas julgadas
irregulares pelo TCU.
JP/RR