ROGÉRIO MARINHO: ‘DECIDIMOS COLOCAR O NOSSO NOME COMO PRÉ-CANDIDATO’


O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, confirma a pré-candidatura ao Senado.   “Decidimos colocar o nosso nome como pré-candidato ao Senado por entendermos que há uma necessidade de se qualificar a representação do Estado”, afirma Rogério Marinho.

Ele critica a atual bancada de senadores do Rio Grande do Norte, que diz ser omissa nas principais discussões econômicas de interesse do Nordeste e, principalmente, do Rio Grande do Norte. O ministro também é crítico com relação ao governo Fátima Bezerra, que afirma manter o Estado em “uma situação de imobilismo que perdura há anos e que, infelizmente, está fadado a se manter nesta situação se não houver uma mudança”.
Nesta entrevista, ele responde sobre os projetos que são executados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional e  sobre acusações que repercutiram na imprensa nacional nos últimos dias.

Há alguns meses, sua candidatura ao Senado recebeu o apoio do presidente da Assembleia Legislativa do RN. Como está esse processo? 
Quando eu fui convidado para ser ministro do Desenvolvimento Regional eu entendi que era a missão mais importante da minha vida. Ou seja, prover os meios e fazer as mudanças legislativas e marcos regulatórios para que o Nordeste, principalmente a região do Semiárido, tivesse, finalmente, segurança hídrica e as ferramentas para promover a sua efetiva emancipação com o enfrentamento de um histórico de desigualdades regionais. A questão política é uma consequência do trabalho que está sendo realizado. Eu tenho conversado muito com o presidente e ele me encorajou, me incentivou a ter uma participação no quadro político do Estado em 2022. E por isso, eu e meu grupo político, decidimos colocar o nosso nome como pré-candidato ao Senado por entendermos que há uma necessidade de se qualificar a representação do Estado. Ninguém pode ser candidato de si mesmo. Temos que representar o pensamento e propostas de um grupo expressivo da sociedade. Ao longo dos últimos meses, nós recebemos uma série de apoios e, por isso, amadurecemos a nossa decisão. Não apenas do presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Ezequiel, que é nosso amigo desde o tempo de colégio, mas de vários outros deputados, prefeitos, vereadores e lideranças políticas de Natal, de Parnamirim, de Caicó e de dezenas de outras cidades.Do presidente da FEMURN, o “Babá”,empresários, estudantes, representantes dos setores agropecuário e pesqueiro,da indústria,do comércio, profissionais liberais. Esses apoios têm sido crescentes nos últimos meses. Entendemos que não podemos fugir dessa responsabilidade e vamos tentar construir essa pré-candidatura ao longo dos próximos meses. 

Sua candidatura ao Senado é irreversível?
É uma pré-candidatura que tem que ser construída e só será confirmada como candidatura, de fato, em uma convenção. Ainda não temos sequer partido definido, mas nós temos projetos, ideias, a vontade de ajudar o nosso Estado, que tem   muitas dificuldades no plano da geração de emprego, na infraestrutura, na sua logística, no atendimento da área saúde, de segurança pública. Achamos que podemos contribuir para o Estado. Nos colocamos à disposição da sociedade para debater o futuro do nosso Estado. 

Recentemente o senhor descartou concorrer ao governo. Isto está definido? 
Sim, até porque já tem uma pré-candidatura apresentada, do deputado Benes Leocádio, que foi o deputado federal mais votado no Rio Grande do Norte, que tem afinidade com o nosso grupo político, que tem apoiado o governo do presidente Bolsonaro, que tem tido uma atuação bastante importante e correta a favor do estado. Conhece profundamente as dificuldades das prefeituras menores. Tem a sensibilidade de entender que o estado precisa sair da situação em que se encontra. O governo do Rio Grande Norte hoje, infelizmente, é um administrador de folha de pagamentos. Então, ele precisa se transformar em um indutor do desenvolvimento. Enfim, precisamos tornar o estado um lugar mais confortável para que os empreendedores que aqui estão se sintam à vontade para investir ainda mais e para atrair novas oportunidades e investimentos. Então a nossa candidatura ao Senado é no sentido de somar, juntamente com dezenas de prefeitos, vereadores e lideranças políticas da sociedade civil organizada que tem nos procurado e externado seu apoio e desejo de mudança.

Qual a sua avaliação sobre os atuais representantes do RN no Senado? 
Eu acho que nós temos uma bancada de senadores que tem se omitido nas principais discussões econômicas e principais temas que reverberam a favor do Nordeste, em especial no Rio Grande do Norte, gerando um prejuízo para nosso Estado. Nós precisamos muito de atenção dos seus representantes no sentido de apresentar uma alternativa de crescimento e desenvolvimento. O estado tem ficado para trás. As principais empresas e indústrias que vêm para o Nordeste setentrional têm se instalado em Pernambuco e no Ceará, pois nós temos aqui um gargalo logístico, já que não temos porto. Então, é necessário enfrentar esse problema. O desinvestimento que está sendo feito pela Petrobras há mais de 5 anos deve ser suprido com outras empresas e com o investimento privado que permitam também geração de emprego e agregação de valores. Então, nós temos uma série de potenciais econômicos e de oportunidades que precisam da atenção da nossa bancada e dos nossos governantes.

O senhor vai se filiar a qual partido? Já há uma chapa formada? 
Há uma discussão que precisa ser travada com o presidente da República, que é o líder desse processo. Eu sou ministro de estado. O nosso posicionamento vai ser ouvindo o presidente, a quem eu ouvi para impulsionar minha pré-candidatura, que é fruto da manifestação dos agentes políticos e econômicos e sociais do meu estado, mas também pelo estímulo que recebi do presidente, com quem tenho toda a afinidade no projeto de mudança de País. 

Como fica a questão envolvendo o ministro Fábio Faria, que também pretende ser candidato ao Senado? 
Não há nada mais saudável no processo democrático que todos que possuem seus direitos políticos possam se lançar candidato a qualquer cargo público. O ministro Fábio é um ministro de destaque no governo do presidente Bolsonaro. É um parceiro nosso, tem feito um grande trabalho à frente dessa questão do 5G, que vai permitir um avanço extraordinário na tecnologia, na conectividade do país. Tem todas as credenciais e os predicados. Agora, é evidente que pelo fato de estarmos dentro do mesmo grupo político nós não vamos disputar um com o outro. No momento oportuno, até o final do ano, nós vamos conversar e ver aquele que reúne melhores condições. Que bom que nós temos um grupo político no qual não faltam nomes para se contrapor ao partido da governadora do Estado. Não tenho dúvidas de que nós teremos todas as condições de caminharmos juntos e respeitarmos um ao outro e num momento oportuno sairemos num só bloco para enfrentarmos o nosso adversário, que é o Partido dos Trabalhadores. 

O senhor acha que sua candidatura terá o apoio do presidente Bolsonaro? 
A nossa pré-candidatura necessariamente deverá contar com o apoio do presidente Bolsonaro. Nós temos que fazer no estado um palanque que respalde as ações que o governo federal vem empreendendo no Brasil. Esse é um governo que mais investiu no Nordeste brasileiro, que mais fez mudanças importantes em sua infraestrutura e na modernização de marcos regulatórios. Esse é o governo que tem abraçado aqueles que mais precisam, que tem a maior fragilidade do ponto de vista econômico e social. Mas apesar de fazer muito não consegue ter uma comunicação eficiente. Então, muito do que é feito é apropriado por agentes políticos que estão nos municípios e nos estados. É o caso das vacinas. Esse governo já comprou mais de 600 milhões de doses de vacinas. Se formos crer na propaganda que é feita em alguns estados parece até que é o governo estadual que está comprando as vacinas. Não, todas as doses foram compradas pelo Governo Federal. A gente tem visto aqui no Rio Grande do Norte, por exemplo, a governadora ir ao aeroporto tirar foto na chegada das vacinas e depois criticar o governo porque não estaria ajudando no combate ao coronavírus. Este governo aplicou mais de R$ 600 bilhões para combater os efeitos econômicos causados pela pandemia, preservar empregos, propiciar crédito e ajudar os vulneráveis, socorrer os estados e municípios, além de suplementar recursos na Saúde. Hoje nós vemos a Governadora comemorando que está pagando o salário dos servidores em dia. Então, vamos agradecer o presidente Bolsonaro, porque além de ter aumentado de forma extraordinária a distribuição de recursos para estados e municípios, ainda aportou mais de R$ 700 milhões sem vinculação aos cofres dos governos do Estado. Recurso mais do que suficiente para manter a máquina pública funcionando e, ao mesmo tempo, permitir que houvesse uma atualização do salário dos servidores. O presidente precisa ser reconhecido pelo trabalho feito.