ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS FEDERAIS SOMA R$ 235 BI, RECORDE DESDE 1995


A arrecadação de impostos e contribuições federais em janeiro somou R$ 235,321 bilhões, valor recorde para todos os meses desde o início da série histórica em 1995. O resultado representa um aumento real de 18,30% na comparação com janeiro do ano passado, descontada a inflação medida pelo Índice de Preços Amplo ao Consumidor (IPCA), que fechou o ano em 10,06%. Em relação a dezembro, houve crescimento real de 20,71% no recolhimento de impostos.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou sua participação no detalhamento dos dados de arrecadação de janeiro prevista para começar logo após a divulgação do resultado. De acordo com a Pasta, a presença do ministro foi cancelada "por motivos de agenda".

Em relação às Receitas Administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado em janeiro de 2022 foi de R$ 217,421 bilhões, representando um acréscimo real (IPCA) de 14,66%.

De acordo com o Banco Central (BC), o aumento observado no mês de janeiro pode ser explicado, principalmente, por pagamentos atípicos de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), da Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL) e pelo diferimento das quotas do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) que seriam pagas em 2021 e pelo comportamento das compensações efetuadas.

A lucratividade das empresas foi o principal fator que levou ao recorde. O IRPJ e a CSLL apresentaram um crescimento na arrecadação, especialmente das empresas que fecharam seus balanços no mês de dezembro de 2021, totalizando uma arrecadação de R$ 84,1 bilhões, com crescimento real de 32,41%. Já a Cofins e o PIS/Pasep apresentaram uma arrecadação conjunta de R$ 36,4 bilhões, representando um acréscimo real de 8,58%. Esse desempenho é explicado pelo decréscimo real de 2,7% no volume de vendas, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PMC-IBGE), e aumento real de 10,4% no volume de serviços, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS-IBGE) entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021.

Também houve um aumento real de 6,61% na arrecadação das empresas não financeiras, com destaque para o setor de combustíveis; acréscimo real de 13,83% na arrecadação das importações; e declínio de 32% no volume de compensações tributária. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) teve arrecadação de R$ 4,6 bilhões (+ 91,96%), resultado explicado pelo crescimento do volume das operações de crédito.