QUEM VAI PARAR O AMIGO DE BOLSONARO?


Quando os soldados russos já estão tomando Kiev, a poucas horas de ter o controle total da Ucrânia e derrubar Volodimir Zelensky do poder, é de se perguntar: quais serão os limites do ditador da Rússia? Ele vai mesmo invadir depois a Finlândia e a Suécia, como ameaçou o déspota apenas porque esses dois países estão dispostos também a entrar para a Otan, como quiseram fazer os ucranianos? O sanguinário presidente russo vai reconstruir o império da União Soviética? Qual será o próximo país que ele pretende ocupar agora para consolidar o novo desenho do mapa mundi, que ele pretende impor? Será um novo Hitler, que na segunda guerra também saiu invadindo tudo o que podia, como a Polônia e outros países da Europa? E quem vai apoiar essa insanidade? Por enquanto, ele está tendo o apoio da China, Venezuela, e, pasmem, de Bolsonaro, nosso pequeno ditador, que deve estar festejando o massacre que o camarada Putin, seu amicíssimo, está determinando na Europa. Afinal, Bolsonaro ainda não condenou o despropósito de Putin, com quem esteve, na semana passada, jantando no Kremlin junto com o crápula invasor e se fartando comidinhas exóticas, como caranguejos com manga e abacate.

É bem verdade que nesta sexta-feira, 25, o governo brasileiro condenou a invasão russa, embora na quarta, 23, o Itamaraty tenha adotado uma posição dúbia, em que não criticou Putin no Conselho de Segurança da ONU. O embaixador brasileiro Ronaldo Costa Filho, tentou se equilibrar entre a posição dos EUA, que deseja punições a Putin, à do imperado russo, que o governo brasileiro não quer atacar mais duramente em razão da amizade de Bolsonaro com Putin. Para não repetir a posição de pária internacional, o embaixador disse que “a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial, soberania e independência política de um membro da ONU é inaceitável”. Menos mal, mas é só retórica, de um discurso vazio das autoridades brasileiras.