MERCADO PROJETA INFLAÇÃO MENOR E PIB MAIS FORTE PARA ESTE ANO


Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central cortaram a projeção para a inflação deste ano. Segundo dados do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 22, o IPCA deve encerrar o ano em 5,80%. A projeção segue acima do teto da meta, de 4,75%, mas é menor que os 6,03% projetados na semana passada e que os 6,02% de um mês atrás. Enquanto a projeção para a inflação caiu, a do PIB subiu. Segundo os analistas, a economia brasileira deve avançar 1,20% neste ano, acima do 1,02% estimado na semana passada.

A projeção menor da inflação veio na semana em que a Petrobras anunciou uma nova política de preços para os combustíveis e reduziu em 40 centavos a gasolina e 44 centavos o diesel. Além disso, porém, a redução da projeção da inflação reflete mais um mês de desaceleração do IPCA. Em abril, o índice marcou 0,61%, ficando em 4,18% no acumulado dos 12 meses, isto é, dentro do teto da meta. Apesar desses fatores, a projeção do estouro inflacionário neste ano acontece porque os efeitos das reduções de impostos de combustíveis no ano passado vão se dissipar e haverá uma nova recomposição de tributos em junho, pressionando os preços.

Com a inflação ainda alta, o mercado manteve pela quinta semana seguida a projeção da taxa básica de juros, a Selic, em 12,50% ao ano. Atualmente, a Selic está em 13,75%.

No caso do PIB, a revisão do crescimento acontece após a divulgação do índice de atividade econômica (IBC-Br) do primeiro trimestre. A ‘prévia do PIB’ mostrou um crescimento de 2,41% no início deste ano, após um tombo de 1,46% no fim do ano passado, o que pesava na projeção de desaceleração no começo deste ano. Além dos serviços, que sustentaram boa parte do crescimento do ano passado, a indústria se recuperou em março.

Os analistas consultados pelo Banco Central também diminuíram as estimativas da taxa de câmbio para este ano, passando o dólar de 5,20 reais para 5,15 reais. Na esteira da expectativa de câmbio mais baixo está a votação do novo arcabouço fiscal, regime que substituirá o teto de gastos e prevê meta de resultado primário e uma limitação no crescimento das despesas. O texto deve ser votado ainda nesta semana pela Câmara dos Deputados e, se aprovado, segue para o Senado Federal.