ALCKMIN: ‘NÃO VAMOS RESOLVER OS PROBLEMAS DO BRASIL A BALA’
Em visita a Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, na
manhã deste sábado, o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo
Alckmin, disse que não dá para resolver os problemas do Brasil “a bala”. A
frase foi dada como resposta a uma jornalista que perguntou a opinião do tucano
sobre o avanço do candidato Jair Bolsonaro (PSL) no Oeste paulista. Bolsonaro e
Alckmin cumpriram agenda pública na mesma região, a cerca de 150 quilômetros de
distância.
— Em política a gente não obriga; a gente conquista. Não
vamos resolver os problemas do Brasil a bala, com violência. Vamos resolver com
eficiência, com competitividade, reformas que o Brasil precisa — respondeu
Alckmin, ao ser questionado sobre o crescimento de Bolsonaro num tradicional
reduto do PSDB.
Segundo a última pesquisa Ibope, Bolsonaro está à frente de
Alckmin no estado de São Paulo, governador pelo PSDB nos últimos 24 anos. Num
cenário sem o ex-presidente Lula e que leva em conta apenas os eleitores
paulistas, Bolsonaro registra 22%, e Alckmin, 15%.
O tucano tem repetido que acredita que sua intenção de voto
vai subir a partir da próxima semana, quando começam as propagandas de rádio e
TV. O candidato do PSDB conquistou a maior fatia do programa eleitoral após
fechar um acordo com o centrão, bloco partidário que reúne DEM, PP, PR, PRB e
SD. Neste sábado, ele disse que a campanha “agora que vai começar”.
Outro comentário habitual de Alckmin, o excesso de partidos
políticos, também foi lembrada neste sábado.
— Defendo a reforma política, para apresentar em janeiro.
Defendo voto distrital misto, voto facultativo e cláusula de barreira (para
diminuir o número de partidos). Na próxima eleição para prefeitos, proibindo
coligação proporcional, já reduz muito (o número de partidos). Dos 35, devem
ficar 15.
Em Ribeirão Preto, Alckmin foi recebido por prefeitos da
região e fez uma caminhada pelo centro da cidade.
Entre as propostas que defendeu, falou sobre geração de
emprego e incentivo à indústria. Em uma região com forte setor sucraalcoleiro,
disse que deve incentivar a energia limpa, como o etanol.
— Vamos reduzir imposto corporativo, das empresas. Hoje, no
Brasil, você tributa empresa e não tributa dividendo. Tem que mudar.
O Globo