TSE INCLUI PROCESSO DE CANDIDATURA DE LULA NA PAUTA DESTA SEXTA
O processo de registro da candidatura do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) foi incluído na pauta de julgamentos da sessão do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) desta sexta-feira (31).
Ainda não está claro se o relator do processo, ministro Luís
Roberto Barroso, levará a julgamento a análise em definitivo sobre a
candidatura de Lula ou apenas os pedidos de decisão liminar (provisória) feitos
pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e pelo partido Novo. A PGR e o Novo
querem excluir Lula do horário eleitoral gratuito e impedir sua participação na
campanha antes mesmo do fim do julgamento de sua candidatura pelo TSE.
A candidatura de Lula foi contestada em 16 impugnações. O
tribunal teria até o dia 17 de setembro para julgar o caso. Pela Lei da Ficha
Limpa, o petista estaria inelegível, já que foi condenado em segunda instância
por corrupção e lavagem de dinheiro. Mas a mesma lei também diz que a
inelegibilidade pode ser suspensa se a reversão da sentença criminal for
plausível.
As sessões do TSE podem ser acompanhadas pelo público do
auditório onde são realizados os julgamentos, na sede do tribunal, em Brasília,
ou por meio da internet. A sessão dessa sexta começa às 14h30 e será
retransmitida pelo UOL.
São dois os pedidos de decisão liminar contra Lula. A PGR
(Procuradoria-Geral da República) pediu que o TSE negue de forma liminar a
candidatura petista, ou seja, antes do julgamento final do processo, e impeça
que Lula realize qualquer ato de campanha.
A Procuradoria afirma que Lula deve ser considerado
ficha-suja por ter sido condenado por corrupção em segunda instância num
processo da Operação Lava Jato e estar preso em Curitiba. "O requerente [Lula]
não é, portanto, elegível, por falta de capacidade eleitoral passiva, impede
que ele seja tratado juridicamente como candidato e também que a candidatura
requerida seja considerada sub judice", diz a Procuradoria na manifestação
ao TSE.
O segundo pedido de liminar foi apresentado pelo Novo, que
quer que Lula seja impedido de utilizar o horário eleitoral gratuito de rádio e
TV.
O que diz a defesa
A defesa
do ex-presidente protocolou final da noite desta quinta-feira (30) a
contestação das impugnações de sua candidatura à Presidência da República. No
documento, os advogados requereram prazo de cinco dias para que o STJ (Superior
Tribunal de Justiça) e o STF (Supremo Tribunal Federal) apreciem a suspensão da
inelegibilidade do petista caso o TSE decida não acatar a recomendação
do Comitê de Direitos Humanos da ONU.
O Comitê da ONU recomendou, no último dia 17, que o Brasil
garanta os direitos políticos do ex-presidente que, mesmo preso, registrou sua
candidatura na Justiça Eleitoral. Condenado em segunda instância, o petista
está, em tese, inelegível pela Lei da Ficha Limpa.
Os advogados de Lula querem que o TSE leve em consideração o
documento do comitê da ONU e garanta sua participação nas eleições de outubro.
Mas, caso decida o contrário, que ao menos permita que o ex-presidente tenha a
oportunidade de buscar a suspensão da inelegibilidade no STJ e no STF,
evitando, assim, que Lula seja "prematuramente arrancado da disputa, com
inegáveis efeitos irreversíveis".
"Se não for reconhecida a aptidão da decisão do Comitê
para afastar a inelegibilidade, é indispensável que o processo de registro seja
sobrestado [interrompido, suspenso] até a apreciação dos pedidos sumários de
suspensão de inelegibilidade pelo STJ e pelo STF", diz o documento de 180
páginas, que será analisado pelo ministro Luís Roberto Barroso, sorteado
relator do registro no TSE.