CIRO GOMES BATIZA DE NOME LIMPO PROPOSTA DE QUITAÇÃO DE DÉBITOS DE CONSUMIDORES NO SPC
O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes,
afirmou neste domingo (26), em São Paulo, que seu projeto
para quitar débitos de consumidores no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) vai
se chamar Nome Limpo. O presidenciável fez campanha nesta manhã em uma feira
popular de Itaquera, na zona leste de São Paulo.
Uma das principais propostas do pedetista é a quitação
dos débitos dos consumidores que estão com o nome sujo no Serviço de
Proteção ao Crédito. Nas contas de Ciro, há atualmente cerca de 63 milhões de
pessoas com restrição de crédito no SPC, correspondente a 30% da população
brasileira.
Na avaliação do candidato do PDT, o Brasil está perdendo
renda em razão da informalidade provocada pelo desemprego.
"Não se trata de dar dinheiro, trata-se de refinanciar
depois de um grande desconto ajudado pelo governo federal. O projeto está
pronto e se chama Nome Limpo. O brasileiro pode contar com isso: eu vou limpar
o nome do brasileiro do SPC", prometeu o pedetista durante visita à feira
popular.
Ciro voltou a alfinetar neste domingo as pessoas que têm
criticado e chamado de populista sua proposta de quitação dos débitos. Mais
uma vez, ele disse que só fica contra esse projeto "quem tem horror a
povo".
"O cidadão isolado já consegue 80% de desconto [em cima
da dívida], mas morre porque tem que pagar os 20% restantes à vista. Eu vou
colocar o prestígio e a força do governo para fazer uma grande negociação de
atacado com o crediarista", complementou.
Ciro Gomes chegou à feira popular paulistana por volta as
10h30 e saiu a caminhar entre as barracas de comerciantes. Acompanhado pela
imprensa, o presidenciável tomou um suco de cana, mas disse que não comeria
pastel porque, segundo ele, isso é "coisa de demagogo”. "Eu só como
pastel fora de campanha, que eu adoro", enfatizou.
'Nem a pau, Juvenal'
Em meio à visita à feira, Ciro Gomes foi questionado por
repórteres sobre se, caso ele vencesse a eleição presidencial, aceitaria um
eventual apoio do MDB, partido do presidente Michel Temer. Ao responder, o
pedetista foi enfático: "Nem a pau, Juvenal. Meu governo vai botar para
correr ladrão, bandido e vai correr até a porta da cadeia."
Sem citar nomes, o presidenciável do PDT criticou
adversários que têm feito promessas de campanha que, na visão de Ciro, são
"enganação".
"Político, em véspera de eleição, é o bicho mais
parecido com papai noel que existe. A gente só vai se proteger da enganação se
a gente botar o pezinho atrás, olhar quem é o cidadão, olhar o que ele andou
fazendo quando teve oportunidade, se o que ele fala ele já fez, se ele é sério,
se ele é ficha limpa. [...] Eu aposto na inteligência do povo", declarou.
"É só perguntar com quem está a turma do Temer. Vai
todo mundo ver que a turma do Temer está entre o [Henrique] Meirelles e o
[Geraldo] Alckmin. Se você é a favor das ideias do Temer, das propostas do
Temer, você vota na turma do Temer. Mas se você é contra, você procura quem é
contra", acrescentou.
Bancos
Em sua fala, Ciro voltou a criticar o setor bancário e
prometeu acabar com o cartel dos bancos. “Eu vou quebrar o cartel dos bancos,
mas quebrar pesadamente a partir do primeiro dia”, disse.
Ciro tem usado seus discursos para criticar o setor, que
segundo ele tem pouca concorrência no Brasil. “Para reduzir as taxas de juros e
acabar com essa imoralidade que está destruindo a economia brasileira e
humilhando e família brasileira, nós temos que agravar a competição. Agravar a
competição significa imediatamente tirar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica,
bancos que pertencem ao povo brasileiro, para, ao invés deles ficarem no jantar
se combinando, vir para a rua e lutar e disputar o cliente com a taxa de juros
menor e com produtos de menor custo de tarifa”.
O candidato também falou em regulamentar as chamadas fintec,
que funcionam como financeiras e bancos digitais. Segundo ele, esse tipo de serviço
tem potencial para aumentar a competição no setor.