ALCKMIN TERÁ MAIS DE 5 MINUTOS NA TV; LÍDERES, BOLSONARO TERÁ 7 SEGUNDOS E MARINA 24 SEGUNDOS
Líderes
na corrida eleitoral nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e a ex-ministra Marina
Silva (Rede Sustentabilidade) terão, juntos, menos de 5% do espaço da
propaganda de TV e rádio, que começa no próximo dia 31.
Sem perspectiva de alianças relevantes e também com
palanques fracos nos estados, os dois candidatos serão obrigados a tentar
suprir na internet a fragilidade estrutural de suas campanhas.
Em cada bloco do horário eleitoral, Bolsonaro terá direito a
apenas 7 segundos, menos de 1% do total.
Marina,
que fechou aliança com o PV, aparecerá por 24 segundos —pouco mais de 3% do
programa.
O maior tempo de TV, disparado, será o do tucano
Geraldo Alckmin, com cerca de 44% de todo o espaço da propaganda —5 minutos
e 32 segundos por bloco.
O candidato do PT —Lula,
que está preso em Curitiba desde abril, deve ser barrado pela Justiça
Eleitoral— e Henrique Meirelles (MDB) vêm logo em seguida, com cerca de
17% e 15% respectivamente.
O tempo oficial de propaganda será definido pelo TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) na segunda quinzena deste mês, após o registro de
todas as candidaturas.
A projeção feita pela Folha pode sofrer algumas
alterações já que as últimas siglas farão convenções no domingo (5).
Além disso, algumas podem recuar até o dia 15, data limite
de registro de chapas.
A propaganda dos candidatos a presidente na TV e rádio dura
35 dias e ocorre de duas formas.
Às terças-feiras, quintas-feiras e sábados, os candidatos a
presidente terão direito a dois blocos fixos de 12 minutos e 30 segundos cada
um, à tarde e à noite.
O que as campanhas consideram como sendo o “filé”,
entretanto, está no segundo formato: o das “inserções” ou “spots” exibidos ao
longo da programação.
Trata-se de curtas peças, de 15 ou 30 segundos de duração,
que são veiculadas diariamente, de 31 de agosto a 4 de outubro, nos intervalos
comerciais das emissoras, entre 5h e meia-noite.
Por alcançarem os eleitores que não assistem aos programas
mais longos, em horário fixo, esses spots são considerados mais importantes por
políticos, marqueteiros e analistas.
Alckmin terá direito a cerca de 12 inserções de 30 segundos
a cada dia, por emissora. O candidato do PT e Henrique Meirelles terão quatro
cada um.
Já Marina Silva terá apenas um spot por dia. A situação
de JairBolsonaro é
pior ainda: terá uma inserção a cada três dias.
A propaganda eleitoral na TV tem sido, historicamente, um
dos principais mecanismos de campanha presidencial, essencial para vitórias e
derrotas, em boa parte dos casos.
Ciro
Gomes (PDT), que tenta pela terceira vez chegar ao Palácio do
Planalto, naufragou, em grande parte, em 2002 em decorrência da campanha
negativa de que foi alvo.
Na época, o PSDB de José Serra veiculou, entre outras peças,
uma cena em que ele chamava de “burro” um ouvinte de uma emissora de rádio
durante uma entrevista.
Nas últimas eleições foi a vez de Marina Silva (Rede) ser
abatida. Após a morte de Eduardo Campos (PSB) em acidente aéreo, ela assumiu a
cabeça de chapa e chegou a empatar na liderança das pesquisas com Dilma
Rousseff (PT).
Uma campanha negativa contra ela comandada pelo marqueteiro
de Dilma, João Santana, tirou-a do segundo turno.
Uma das peças do PT, por exemplo, lembrava que Marina
defendia a autonomia do Banco Central, mostrando pratos de comida sumindo da
mesa de uma família enquanto banqueiros sorriam.
O país teve sete eleições presidenciais desde o fim da
ditadura militar.
Em quatro delas, venceu aquele que teve o maior tempo de
propaganda na TV (FHC em 1994 e 1998, Dilma em 2010 e 2014).
Em duas, o vitorioso foi o que teve o segundo maior tempo
(Lula em 2002 e 2006).
O ponto fora da curva ocorreu na primeira disputa, em 1989
—Ulysses Guimarães (MDB) teve o maior tempo, mas ficou em sétimo lugar.
FOLHAPRESS