VEJA OS ERROS E ACERTOS DO CANDIDATO JAIR BOLSONARO (PSL) NO RODA VIVA



Candidato do PSL à Presidência da República, o deputado Jair Bolsonaro foi o entrevistado do programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (30). Procurado, ele não respondeu aos questionamentos.

“Não defendi em redes sociais [os policiais do Espírito Santo que fizeram paralisação em 2017]”
FALSO Em 6 de fevereiro de 2017, Bolsonaro publicou vídeo em suas redes sociais negando a existência da greve, mas defendendo os policiais. “O que aconteceu é que alguns familiares bloquearam a saída de alguns batalhões da PM”, disse. No mesmo dia, a Justiça do ES considerou que havia uma “greve branca”, que era irregular. Mesmo assim, Bolsonaro pediu ao governo do estado que negociasse com os PMs. Atualmente, tramita no TJ-ES um processo contra participantes da manifestação.


“Nunca falei em metralhar a Rocinha”
DE OLHO Bolsonaro teria falado em “metralhar a Rocinha” em fevereiro, durante evento de um banco de investimentos em São Paulo. Os organizadores dizem que não há registros em vídeo ou áudio. A frase foi atribuída ao deputado pelo colunista do jornal O Globo Lauro Jardim, no dia 11 de fevereiro, como “receita para resolver a guerra da Rocinha”. O texto foi atualizado com manifestação da assessoria de Bolsonaro, que não desmente o uso do verbo metralhar, mas afirma que ele se referia a um episódio ocorrido na favela em setembro de 2017, quando “marginais estavam claramente afastados da comunidade e, portanto, passíveis de sofrer efetiva ação policial para prisão”.


“O Joaquim Barbosa disse ali [durante o julgamento do mensalão] que eu fui o único deputado da base aliada que não foi comprado pelo PT”  
EXAGERADO Em seu voto no julgamento do mensalão, o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa citou a votação da Lei das Falências, em 2003, como um dos exemplos da compra de votos no Congresso. Barbosa disse que, naquele caso, líderes de PTB, PP, PL e MDB orientaram as bancadas a aprovarem o projeto, após recebimento de recursos em espécie do PT. “Somente o sr. Jair Bolsonaro votou contra”, disse. Mas, segundo o ex-ministro, “vários parlamentares do PT também desobedeceram à orientação da liderança do partido e do governo e votaram contra”. 


“[Condenação transitada em julgado] Não acontece no caso do coronel Brilhante Ustra”
FALSO Em 2015, o STF negou recurso de Ustra em processo no qual ele foi condenado pela tortura de Maria Amélia Teles. O trânsito em julgado foi decretado um mês e meio após a morte de Ustra. O coronel chefiou o DOI-Codi de 1970 a 1974 e, em 2008, a Justiça de São Paulo reconheceu que ele prendeu e torturou Maria Amélia na frente dos dois filhos dela. Ustra recorreu da decisão, mas, em 2012, o TJ-SP manteve a sentença, assim como o STJ. 


“[Pelo projeto do voto impresso aprovado no Congresso, o eleitor] Não sairia com o papel [comprovante de voto], não”
VERDADEIRO A Lei das Eleições, aprovada em 2015, previa que, na votação eletrônica, o registro impresso de cada voto fosse “depositado, de forma automática e sem contato com o eleitor, em local previamente lacrado”. Ou seja, o eleitor não ficaria com o comprovante do voto. O STF derrubou a medida.

“O pessoal do Rio tem direito a gastar até R$ 400 mil [no Cotão]. Eu não gastei R$ 200 mil”

VERDADEIRO Bolsonaro se referiu à cota para exercício da atividade parlamentar, usada para passagens, telefonia, manutenção de escritórios etc. O valor varia conforme o estado. No Rio, os deputados podem gastar até R$ 429.108 por ano. Em 2017, Bolsonaro usou R$ 222.949.