COM BOLSONARO, ÓLEO DE SOJA CHEGOU A CUSTAR QUASE O TRIPLO DO QUE COM LULA; ENTENDA POR QUÊ


Há semanas que imagens com a diferença de preço do óleo de soja entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro estão entre as mais compartilhadas do Twitter.

Não é para menos. No tempo de Bolsonaro, o óleo de soja chegou a custar quase o triplo do que custa agora.

O senador Humberto Costa (PT) compartilhou vídeo de Lula falando sobre o assunto. De acordo com Costa, “Lula abrasileirou o preço dos combustíveis e garantiu o retorno da estabilidade ao país. E isso tem efeito direto no preço dos alimentos: a carne baixou, arroz baixou, o óleo de soja baixou e por aí vai...”. Ao final, o senador ironizou: “Lula é mesmo um cara de sorte, né?”

Pesquisa do Dieese

O valor do óleo de soja para o consumidor baixou, em maio, em todas as capitais do país, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Os recuos variaram entre -14,30% em Aracaju e -2,42% em Goiânia. Em 12 meses, o movimento foi de queda em todas as cidades, com destaque para Belo Horizonte (-39,90%), Campo Grande (-36,01%) e Rio de Janeiro (-35,74%).

Pesquisadores do Dieese destacam que houve redução do preço nacional e internacional da soja e, ainda, que a demanda enfraquecida no mercado interno influenciou a diminuição dos preços praticados no varejo.

Exportação e estoques reguladores

O modelo do agronegócio brasileiro durante o governo Bolsonaro favoreceu a exportação e deixou o mercado interno desabastecido. A maior parte de produtos como o óleo de soja, a carne bovina ou o açúcar, foram vendidas para outros países, o que gerou a falta desses itens no Brasil e faz com que o preço para o consumidor interno aumentasse.

Uma das políticas públicas que poderia frear esse movimento foi abandonada pelo governo de Jair Bolsonaro. Ele zerou os estoques reguladores de alimentos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que consistia na manutenção de quantidades de alimentos pelo governo para travar o aumento nos preços.

Em setembro do 2021, quando houve o embargo chinês à carne bovina brasileira, não houve qualquer intervenção do governo federal e o preço do produto no varejo não caiu, pois o produtor guardou a carne para quando a sanção acabasse. Bolsonaro e Guedes assistiram, de camarote, o preço da carne alcançar patamar jamais visto e filas do osso se formarem nas portas de açougues e frigoríficos.

O mesmo ele fez em relação ao óleo de soja e outras commodities nacionais. A produção de soja do Brasil em 2021/2022 alcançou um recorde de 144,7 milhões de toneladas. A safra alta, no entanto, não chegou à mesa do consumidor brasileiro e foi quase toda parar no exterior. Com a escassez no Brasil e a alta demanda, o preço disparou.

O "abrasileiramento" de Lula

A explicação de Lula, que fala de maneira direta e simples ao povo consumidor, faz sentido. O tal do "abrasileiramento" do preço dos combustíveis, acaba por influenciar toda a economia. O oleo de soja é apenas um dos vários itens da cesta básica que já começam a sentir os efeitos dos novos tempos.

Veja abaixo: