FAMÍLIA BOLSONARO SILENCIA NAS REDES SOBRE JULGAMENTO NO TSE


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça-feira, 27, a partir das 19 horas, o julgamento que pode tornar Jair
Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos. Nas redes sociais de sua família, no entanto, o tema parece estar em segundo plano. Normalmente ativos em seus perfis, os filhos do ex-presidente têm preferido explorar assuntos de oposição ao atual chefe do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a fazer campanha pela defesa do pai na Justiça Eleitoral.

A Corte volta a analisar o caso com o voto do relator, o ministro Benedito Gonçalves. A tendência após a primeira sessão, no entanto, é que a chapa de Bolsonaro e seu vice, o general Braga Netto, seja, de fato, cassada. O tema foi abordado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em entrevista à Jovem Pan, nesta manhã, já em tom de derrota: o parlamentar disse que “não há motivos” para a condenação do pai, mas também afirmou que os tempos são de “insegurança jurídica” e classificou uma possível decisão nesse sentido como um “tapetão”.

Já em seu perfil no Telegram, Eduardo se restringiu a compartilhar link para vídeo no YouTube, que endossa a narrativa bolsonarista de que o governo Lula foi permissivo com os atos golpistas de 8 de janeiro. O tema foi ainda abordado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que também pediu inscrições para seu canal no YouTube, além de compartilhar vídeo que critica as viagens de Lula ao exterior. O congressista nada publicou, porém, sobre o julgamento do pai.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), conhecido articulador da máquina bolsonarista nas redes, foi mais um a se calar sobre o assunto em seus perfis até a tarde desta terça. Em seu canal no Telegram, ele publicou vídeos com temas da agenda mais ideológica do bolsonarismo, como suposta interferência nas eleições, questões de gênero e a redução da maioridade penal. No Twitter, assim como os irmãos, ele também compartilhou vídeo que atribui responsabilidade pela invasão de 8 de janeiro ao governo Lula, além de conteúdo contra o ambientalismo.

‘Não estou desesperado’

Alvo do julgamento, Jair Bolsonaro manteve seu comportamento habitual nas redes e compartilhou resultados de sua gestão, durante o período em que esteve à frente do Planalto. Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, nesta segunda-feira, ele reconheceu que “a tendência, o que todo o mundo diz”, é que ele vai se tornar inelegível, mas disse que não vai se “desesperar”.

“Eu sou imbrochável até que se prove o contrário. Vou continuar fazendo a minha parte”, afirmou à colunista da Folha de S. Paulo. Bolsonaro também disse que não atacou o sistema eleitoral na reunião com embaixadores, base do julgamento, e contou ter uma “bala de prata” para as eleições de 2026, caso realmente não possa concorrer. O ex-presidente não quis revelar, contudo, do que se tratava.