TSE NEGA PEDIDO DO PT PARA QUE TVS NOTICIEM AGENDAS DA COLIGAÇÃO DE LULA



O ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Sérgio Silveira Banhos negou na noite desta sexta-feira (24) de forma liminar (provisória) um pedido do PT para que Rede Globo, TV Bandeirantes, SBT, Record TV e Rede TV! passem a incluir em seus telejornais notícias sobre a agenda de campanha da coligação O Povo Feliz de Novo. A aliança, formada pelo PT junto ao PCdoB e ao Pros, lança a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República.

Lula está preso em Curitiba há quase cinco meses. Condenado em segunda instância, ele está, em tese, inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

O candidato a vice e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), é o principal substituto para o posto no caso de a candidatura de Lula ser barrada pela Justiça Eleitoral. Em suas transmissões, as emissoras de TV não têm noticiado a agenda do candidato a vice.

No pedido enviado ao TSE, o PT afirmou ser "translúcida" a obrigação de as emissoras de televisão cobrirem a agenda da coligação e alegou que a legislação eleitoral proíbe emissoras de rádio e de televisão a dar "tratamento privilegiado" a candidato, partido ou coligação em sua programação normal e em seu noticiário. O partido também afirmou que, ao noticiar o dia a dia dos demais candidatos, sem cobrir os atos de campanha da coligação e de Lula, haveria uma "clara afronta ao dever de isonomia" por parte das emissoras.

Em sua decisão, o ministro afirma que não há elementos suficientes que provem, até o momento, haver falta de tratamento isonômico aos candidatos ao cargo de presidente da República.

Mesmo assim, Banhos diz entender que, diante da contraposição entre liberdade jornalística e isonomia entre os candidatos, o caso apresenta "complexidade" que exige análise.


O ministro, então, estabelece um prazo de dois dias para que as emissoras apresentem suas defesas. Em seguida, no prazo de um dia, o MPE deverá se manifestar.

A coligação encabeçada pelo PT tem ficado de fora de debates e sabatinas organizadas pelas emissoras de TV. A defesa de Lula chegou a pedir na Justiça que ele fosse possibilitado de participar dos encontros entre presidenciáveis promovidos por Band e RedeTV!, mas os pedidos foram negados.

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (22) –a primeira realizada após os registros das 13 candidaturas ao Planalto-- aponta que Lula tem 39% das intenções de voto.

Sem ele, quem lidera é o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), com 22%. Nesse cenário, com Haddad no lugar de Lula, o ex-prefeito aparece com 4%.

Ainda segundo a pesquisa, 27% dos eleitores não conhecem Haddad, contra 59% que já ouviram falar dele. Por outro lado, apenas 17% dos eleitores dizem que, caso não seja candidato, Lula deveria apoiar o ex-prefeito.